@MASTERSTHESIS{ 2009:578539937, title = {O tempo da greve: o caso da comunidade quilombola Pitoró dos Pretos.}, year = {2009}, url = "http://tedebc.ufma.br:8080/jspui/handle/tede/595", abstract = "Este trabalho consiste basicamente num estudo de caso realizado junto às famílias de Pitoró dos Pretos, uma autodefinida comunidade remanescente de quilombos do município de Peritoró, Região dos Cocais, região do Médio Mearim, Maranhão. Por meio de pesquisas sobre a memória oral do grupo, reconstituímos o desenrolar do conflito fundiário protagonizado pelas famílias de Pitoró dos Pretos, que ficou conhecido como o tempo da greve. Os trabalhadores eram então submetidos ao pagamento anual do aluguel da terra para um proprietário, por meio da oferta de parte dos gêneros alimentícios produzidos por suas famílias. Após uma grave estiagem, perderam suas colheitas e não conseguiram realizar o pagamento. Esse foi o estopim que deu início a um movimento envolvendo grande parte das famílias de três diferentes povoados chamados Pitoró, Resfriado e Precateira, unidas pelo objetivo de se livrarem da subordinação econômica e política ao mandato do proprietário. Tentamos desvelar as dinâmicas sociais responsáveis por configurar uma disputa entre facções no seio do grupo social. As ações oficiais realizadas pelo Poder Público em processos de reforma agrária e regularização de territórios quilombolas são investigadas e postas em questão. Identificamos ainda os diversos agentes sociais e organizações da sociedade civil que estabeleceram alianças com os membros da comunidade ao longo do processo de luta pela terra nos anos noventa. A partir deste estudo de caso pretendemos pôr em evidência o fato de que as comunidades autodefinidas como quilombolas possuem uma identidade étnica que é anterior à assunção pública como quilombolas, a qual é acionada para fins de interlocução com agentes externos e representantes do Estado-nação. Não constituem, portanto, um produto oriundo da instituição do Artigo 68 do ADCT da Constituição Federal. O caso de Pitoró dos Pretos pode ser lido como uma demonstração dessa proposição: a luta pela terra protagonizada pelo grupo é anterior à existência do dispositivo constitucional. Entendemos tratar-se de uma situação semelhante a diversas outras encontradas não apenas no estado do Maranhão, mas em todo o Brasil, nas quais o traço comum é a contínua resistência dos grupos em seus territórios, ainda que à margem do ordenamento jurídico e mesmo contra este.", publisher = {Universidade Federal do Maranhão}, scholl = {PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS/CCH}, note = {SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA} }