@MASTERSTHESIS{ 2023:1697031879, title = {Estudo etnodirigido de espécies vegetais utilizadas em comunidades quilombolas no Nordeste, Brasileiro}, year = {2023}, url = "https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/tede/5191", abstract = "O uso de espécies vegetais para fins medicinais é uma prática ancestral e continua sendo uma importante abordagem terapêutica, especialmente em populações tradicionais. Este fenômeno desempenha um papel crucial na seleção de material vegetal para investigações de Pesquisa & Desenvolvimento de bioprodutos. Contudo, o uso indiscriminado demanda atenção para a farmacovigilância em fitoterapia. Nesse contexto, esta pesquisa teve como objetivo realizar um levantamento de espécies vegetais utilizadas em comunidades quilombolas a partir de uma revisão de literatura integrativa e de um estudo etnofarmacológico no município de São Bento, Maranhão. Na revisão integrativa foram analisados documentos publicados nas principais bases de dados científicas no período de 2002 a 2023. A pesquisa etnofarmacológica foi realizada após aprovação dos trâmites éticos, por meio de entrevistas semiestruturadas com 100 moradores de São Bento, Maranhão e, com autorização expressa, foram fotografadas e coletadas as espécies para identificação. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva avaliando a distribuição de frequência para cada questão. Os dados coletados foram devidamente codificados, inseridos em planilha eletrônica no programa Microsoft Office Excel® 2013, segundo as variáveis pesquisadas. Foi realizado o cálculo de Frequência Relativa de Citação (FRC), Valor de Importância (IVS), Valor de Consenso de Uso (UCS) e Fator de Consenso dos Informantes (FCI). Na revisão de literatura, foram identificadas 82 espécies vegetais, com destaque para os usos antigripais (21,6%) e anti-inflamatórios (17,6%) e para as espécies Citrus limon e Cymbopogon citratus, com 3 citações cada, dentre uma notável diversidade de espécies com uso medicinal. Na pesquisa etnofarmacológica, foi constatada prevalência de 100% no uso de espécies medicinais, com predominância do sexo feminino (82%), faixa etária acima de 58 anos (33%), renda inferior a 1 salário mínimo (57%) e ensino fundamental incompleto (59%). Foram mencionadas 95 espécies e 41 famílias, com destaque para Lamiaceae (12,6%). As categorias terapêuticas com maior frequência de uso, foram, as doenças do aparelho digestivo (n=151), seguidas por sinais, sintomas e achados clínicos e laboratoriais anormais, não classificados em outra parte (n=101) e doenças do aparelho respiratório (n=97). Os maiores índices nos cálculos baseados na FRC, IVS e UCs foram, Plectranthus amboinicus, (n=51), Plectranthus barbatus (n=42), Lippia alba (n=41), Justicia acuminatissima (n=29). Revisões de estudos de validação confirmaram o uso tradicional dessas espécies para as indicações terapêuticas mencionadas pelas comunidades. No entanto, destaca-se a necessidade de mais estudos para validar propriedades biológicas, especialmente da P. amboinicus e J. acuminatissima, visando contribuir para o desenvolvimento de bioprodutos passíveis de serem empregados na Atenção Primária à Saúde dessas comunidades. Além disso, a maioria dos entrevistados (91%) não reconhece riscos associados ao uso dessas espécies, indicando a necessidade da implementação de programas de farmacovigilância em fitoterapia. Esses achados ressaltam a necessidade de políticas públicas que abordem as condições de vida e saúde dessas populações, dadas suas vulnerabilidades sociais, destacando a necessidade de continuar os estudos de validação científica das espécies vegetais utilizadas como medicinais, não apenas embasados em seus aspectos histórico-culturais, mas, fundamentados na certificação de eficácia, segurança e qualidade.", publisher = {Universidade Federal do Maranhão}, scholl = {PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE E AMBIENTE/CCBS}, note = {DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA/CCBS} }