@PHDTHESIS{ 2023:1220977152, title = {As representações do amor legítimo e ilegítimo na retórica de ovídio: os exempla mitológicos e cotidianos das normas coletivas às matronas na República e transição ao Império Romano (séculos I A.E.C – I D.E.C.)}, year = {2023}, url = "https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/tede/5066", abstract = "Este trabalho tem como abordagem o pensar sobre o feminino na Roma antiga, mais precisamente sobre as matronas romanas. Estas eram mulheres que pertenciam à aristocracia romana e havia tentativas de controle sobre seus corpos pelo masculino. O controle e vigilância sobre a materfamilias, ou a jovem núbil, se davam, muitas vezes, pela difusão das regras dos mores maiorvm, baseadas, portanto, nos valores tradicionais de tempos avoengos. A difusão dessas normas podia ser encontrada em retóricas latinas, como, por exemplo, na obra Fasti, de um rhetor chamado Ovídio, em que, ao explorar as festividades religiosas do calendário romano e os seus mitos na montagem da referida obra, o retórico fazia, discursivamente, com que se estabelecesse uma dominação masculina, na qual o homem fosse o sujeito ativo e à mulher caberia apenas uma passividade. Esta hierarquização social fora bastante metaforizada através dos papéis de cada um no intercurso sexual, ou seja, o masculino é o ser viril, pois a ele cabe o falo enrijecido e a penetração, e à mulher seria aquela que sempre recebe, ou “guarda”, quase que de modo “inerte”, com seu órgão genital, este falo, ou melhor, o vir masculino, que simboliza a virilidade do homem romano. Isto poderá ser comprovado mediante o fato de que Ovídio buscará exempla mitológicos para sustentar esta imposição, na qual divindades masculinas serão exempla aos homens, e divindades femininas serão construídas para se tornarem exempla às mulheres. Expliquemos melhor, as qualidades que deuses e deusas possuíam, ou seja, seus arquétipos, se tornariam modelos para que tanto o homem quanto a mulher terrena se espelhassem nestas virtudes e as reproduzissem no plano não-divino. Por exemplo, foi o caso de Jove e sua virilidade, em que o deus é a representação da imposição do uirsobre o feminino, ou ainda no caso de Juno, deusa que presidia os partos, em que as matronas deviam honrá-la para que seus filhos nascessem com vida e tivessem um parto tranquilo. Ou Vesta, deusa virgem, que demonstrava que as mulheres nobres deviam ser castas, muito em razão da regra imposta de descendência legítima que a mulher devia dar a gens de pátrio poder. Ou Minerva que deveria ensinar as jovens a tecer e a fiar a lã, com efeito, uma atividade doméstica. Dessa maneira, conseguiremos perceber as mais variadas relações, sejam sociais ou no próprio campo do amor, tidas como legítimas e ilegítimas, no qual as primeiras eram exaltadas e elogiadas pelo rhetor, e as segundas eram potencialmente censuradas. Para tanto, nosso foco serão os séculos I antes da Era Comum e I depois da Era Comum, período de escrita de nossa fonte documental, porém, em muitos casos, se fará necessário percorrermos caminhos de ida e volta, em que temporalidades “outras” serão abordadas pelas histórias conectadas, já que os “mitos ovidianos” tendem a se voltar aos relatos míticos de sociedades “outras”, como, por exemplo, a grega, a etrusca, a sabina, a egípcia, etc, por conseguinte, povos que estavam em constante contato.", publisher = {Universidade Federal do Maranhão}, scholl = {PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA/CCH}, note = {DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA/CCH} }