@MASTERSTHESIS{ 2023:2102565365, title = {Conhecimento do controle dietético de hipertensos e diabéticos quilombolas de Bequimão, Maranhão, Brasil}, year = {2023}, url = "https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/tede/5035", abstract = "Introdução: A hipertensão arterial e o diabetes mellitus têm prevalência maior na população negra do país. As implicações da alimentação no que tange o controle destas doenças dão ao conhecimento nutricional a possibilidade de preveni-las ou controlá-las. Objetivo: Investigar o conhecimento sobre o controle dietético na hipertensão arterial e no diabetes mellitus de quilombolas do município de Bequimão, Maranhão, Brasil. Métodos: Estudo transversal realizado com 115 quilombolas hipertensos e diabéticos, em 2021, no município de Bequimão, Maranhão, Brasil. Por meio de entrevista face-a-face, foi aplicado no domicílio dos participantes um formulário, coletando-se características socioeconômicas, clínicas e de estilo de vida; bem como o conhecimento sobre o controle dietético na hipertensão arterial e no diabetes mellitus. Para a verificação de associação entre as variáveis do estudo, usou-se o teste qui quadrado ou Exato de Fisher (p<0,05). Resultados: Dos quilombolas pesquisados, 65,22% eram hipertensos, 9,57% eram diabéticos e 25,22% detinham hipertensão arterial conjunta ao diabetes mellitus. A maioria era do sexo feminino (65,22%), com idade ≥ 60 anos (76,52%), com alguma escolaridade (68,70%), de cor preta/parda/negra (64,35%), de classe social D ou E (97,39%), diagnosticada com hipertensão arterial há mais de cinco anos (62,61%) e com diabetes mellitus há cinco ou menos anos (71,30%). As mulheres quilombolas hipertensas e/ou diabéticas viviam com menor renda mensal per capita que os homens (p = 0,021) e eram menos etilistas (p=0,027). Era de conhecimento de 77,39% da população estudada que a dieta exerce papel terapêutico sobre as doenças investigadas, sendo os diabéticos os que mais possuíam esse entendimento (p=0,009). O peso corporal foi compreendido como fator que influencia os níveis da pressão arterial e açúcar no sangue para 71,30% dos quilombolas estudados. Para 53,04% dos quilombolas, a alimentação influencia os valores de exames de rotina. A maior parte dos quilombolas compartilha de conhecimentos procedentes sobre os componentes dietéticos sódio, gorduras, fibras, carboidratos e açúcares de mesa e de conhecimentos improcedentes acerca do café e dos alimentos fontes de proteínas. A maioria sabe sobre o uso correto dos adoçantes. Para 35,65% dos entrevistados, a adoção de todas as práticas alimentares consideradas adequadas para suas doenças é inexequível, em razão da comercialização afastada das áreas quilombolas dos alimentos tidos como adequados (46,31%), do sabor (agradável ou não) dos alimentos (36,52%) e do menor recurso financeiro que possuem (9,75%). Falta à maioria dos quilombolas estudados conhecimento ou certeza sobre a qualidade da gordura, a presença de colesterol e o teor de sal de determinados alimentos, bem como sobre a capacidade de aumento glicêmico das diferentes combinações alimentares e dos açúcares de mesa não refinados. Conclusão: Os quilombolas hipertensos e diabéticos compreendiam que há uma relação entre a dieta seguida e o controle das suas doenças. Todavia, há lacunas a serem preenchidas no conhecimento nutricional deste grupo racial. Há a presença de seletividade alimentar e permanece ainda instalado nessas comunidades um panorama ininterrupto de marginalização socioespacial e realidade econômica adversa, os quais dificultam a experimentação de práticas alimentares mais adequadas às demandas de saúde dos quilombolas estudados.", publisher = {Universidade Federal do Maranhão}, scholl = {PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE E AMBIENTE/CCBS}, note = {DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA/CCH} }