@MASTERSTHESIS{ 2023:848669817, title = {A escrita em diálogo com o outro: alteridade em monografias do curso de Letras}, year = {2023}, url = "https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/tede/5017", abstract = "Este trabalho visa produzir uma discussão sobre as relações dialógicas que o aluno de graduação estabelece com os discursos mobilizados na escrita da monografia. Nesta pesquisa, problematizamos a monografia enquanto ato de fazer ciência na graduação, o que significa também a constituição de novos saberes frente a um objeto de pesquisa. A monografia, sendo o último trabalho acadêmico desenvolvido pelo graduando, é também um espaço de possíveis reflexões frente a uma problematização que possa ter surgido durante o percurso do aluno em sua formação. Nesse sentido, o aluno de graduação é um pesquisador em formação. Tais reflexões são visíveis nas formas como se mobilizam os diversos discursos na escrita do texto, isto é, as formas de alteridade presentes no texto são capazes de denunciar o diálogo entre o aluno-pesquisador e os autores e teorias que são constituintes da escrita. Partimos da seguinte pergunta: como se dá a relação dialógica do aluno-pesquisador com os diversos discursos mobilizados na escrita da monografia? Nosso corpus é composto por dez monografias escritas por alunos do curso de Letras de duas universidades públicas situadas na região Médio- Mearim do Maranhão. Tivemos como objetivo analisar como a alteridade se inscreve em monografias produzidas por alunos concluintes da graduação em Letras. O aporte teórico no qual esta pesquisa se ancora parte do Círculo Bakhtiniano, mais especificamente, Volóchinov (1929) e Bakhtin (1929) com o conceito de dialogismo e discurso de outrem; Authier-Revuz (2004) com o conceito de heterogeneidade enunciativa; e Coracini (1991) e Amorim (2004) com suas discussões sobre subjetividade e ciência. A partir disso, as duas grandes categorias que constituem nossas análises são as seguintes: a) vozes referenciadas; b) vozes não referenciadas. A primeira diz respeito às vozes passíveis de identificação através das formas de remissão ao discurso descritas por Authier-Revuz (2004), como: discurso direito; indireto; modalização em discurso segundo; ilha textual; e discurso direto com “que”. A segunda diz respeito às vozes presentes no texto que não são passíveis de identificação a partir de uma referência, pois não possuem marcações como, por exemplo, de acordo com, para o autor, ou ainda, não possuem os nomes ou datas dos autores ou obras citadas. Os resultados obtidos a partir das analises realizadas demonstram a busca do aluno de graduação por inserir-se e ser reconhecido na comunidade acadêmica, e essa busca ocorre de forma marcada no texto quando esse aluno mobiliza o discurso de autores fontes como uma forma de validar e sustentar sua pesquisa. Além disso, a mobilização do discurso de outros autores (fontes ou comentadores) ocorre como uma forma de responsabilização do outro pelo que é dito. Isso ocorre de modo que é perceptível a preocupação com a imparcialidade e a objetividade próprias do fazer científico. No entanto, foi possível notar que há uma oscilação nessa busca que diz respeito a quando há a mobilização de discursos de forma não referenciada, algo que não é próprio da cultura acadêmica. Isso demonstra uma dificuldade em se adequar aos discursos institucionalizados sobre a construção do texto científico.", publisher = {Universidade Federal do Maranhão}, scholl = {PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS - Campus Bacabal}, note = {COORDENAÇÃO DO CURSO DE LETRAS BACABAL/CAMPUS III} }