@PHDTHESIS{ 2022:945302972, title = {Perfil clínico e microbiológico de crianças em ventilação mecânica de uma unidade de terapia intensiva pediátrica}, year = {2022}, url = "https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/tede/4982", abstract = "Pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTI) podem apresentar aumento da quantidade de biofilme bucal que é suscetível à colonização por patógenos respiratórios. Estudos recentes que tentaram relacionar microrganismos presentes em biofilme bucal e patógenos respiratórios encontraram alta prevalência de bactérias respiratórias em saliva e biofilme bucal de pacientes adultos hospitalizados em UTI. Além disso, condições bucais insatisfatórias podem comprometer o quadro sistêmico do paciente favorecendo o desenvolvimento de infecções nosocomiais, como a pneumonia associada à ventilação mecânica, e impactando no aumento do tempo de internação. Dessa forma, tivemos como objetivo no capítulo I analisar o biofilme bucal e secreção traqueal de pacientes infantis em ventilação mecânica invasiva no intuito de observar a similaridade da microbiota e no capítulo II, descrever o perfil dos pacientes assistidos pelo serviço de odontologia hospitalar em uma UTI pediátrica e investigar a associação entre a condição bucal e a ocorrência de pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV) e outras infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS). O capítulo I trata-se de um estudo descritivo prospectivo realizado em crianças internadas na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão - Unidade Materno Infantil (HUUFMA-UMI) no período de março a dezembro de 2019. A amostra foi composta por 35 crianças em ventilação mecânica invasiva via tubo orotraqueal. Foi realizada a coleta do biofilme bucal da região do dorso da língua com swab estéril e enviado para exame de cultura com teste de sensibilidade à antibióticos (TSA). A coleta foi realizada após 48h de admissão do paciente na UTI e sempre no turno da manhã, antes da higiene bucal. A coleta da secreção traqueal era realizada após a coleta do biofilme bucal seguindo a rotina da equipe de enfermagem da UTI pediátrica. Verificou-se que em 34,3% dos participantes a mesma bactéria estava presente no biofilme lingual e na secreção traqueal, sendo Stenotrophomonas maltophilia e Acnetobacter baumannii as mais frequentes. Observou-se uma frequência estatisticamente mais elevada de detecção da mesma espécie nos dois sítios nos pacientes com até 24 meses de idade quando comparado ao grupo mais velho (58,8% versus 11,1%, p = 0,004). A frequência de detecção da mesma espécie nos dois sítios foi maior entre os pacientes que evoluíram para óbito quando comparado ao grupo que teve alta hospitalar (54,6% versus 25%, p = 0,087). Houve uma frequência estatisticamente mais elevada de óbitos entre os pacientes que tinham até 24 meses de idade (52,9% versus 11,1%, p = 0,01). Houve frequência maior de óbito entre os pacientes com tempo de ventilação mecânica maior ou igual a 10 dias, porém sem diferenças significantes (50% versus 15,8%, p = 0,065). Concluiu-se que houve frequência mais elevada de similaridade dos microrganismos nos dois sítios estudados nos pacientes com até 24 meses de idade e que essa similaridade foi maior entre os pacientes que evoluíram para óbito. Assim, nota-se que a cavidade bucal de crianças internadas em ventilação mecânica invasiva é reservatório de patógenos respiratórios. Já o capítulo II, trata-se de um estudo descritivo prospectivo realizado em 143 crianças em ventilação mecânica que se encontravam internadas na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão - Unidade Materno Infantil (HUUFMA-UMI) no período de Janeiro de 2019 a Dezembro de 2020. Foram obtidos dados primários e secundários de cada participante, tais como: sexo, idade, motivo da internação, tempo de internação, quantidade de reintubações. O exame intraoral foi realizado à beira-leito e as informações sobre a condição bucal foram presença ou ausência de alterações em dentes, gengiva e mucosa bucal. Após a coleta de dados, os pacientes continuaram em acompanhamento durante o período que permaneceram na UTI, obtendo-se a evolução de cada um: PAV e/ou outras IRAS e o desfecho: alta ou óbito. Os resultados mostraram que a maioria tinha mais que 24 meses de idade (46,15%) e estava até 20 dias de internação hospitalar (65,03%). Pouco mais da metade estava a mais de 9 dias sob ventilação mecânica (53,85%). Durante a internação, 19,58% dos pacientes apresentaram PAV, 23,08% outras IRAS e 30,77% foram a óbito. A maioria dos pacientes estava na fase da dentição decídua (43,36%) e 12,59% apresentavam lesão de mucosa bucal, principalmente ulcerações. Tanto os pacientes com PAV quanto os pacientes com outras IRAS apresentaram maiores tempos de internação, tempo de ventilação, e número de reintubação do que aqueles que não apresentaram estas ocorrências durante a internação (p < 0,05). Alteração de mucosa bucal foi associada com a maior frequência de PAV após o ajustamento para variáveis confundidoras (OR ajustado = 3,94; IC95% = 1,04-14,86; p = 0,042). Conclui-se que a presença de lesões de pele por pressão em boca é uma realidade em UTI pediátrica que pode estar associada ao desenvolvimento de PAV, devido ao maior tempo de ventilação mecânica. Além disso, enfatiza-se a importância do protocolo de higiene bucal como parte da rotina assistencial e do protocolo para prevenir a ocorrência de lesões por pressão (LPPs) em mucosa oral.", publisher = {Universidade Federal do Maranhão}, scholl = {PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA/CCBS}, note = {DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA II/CCBS} }