@MASTERSTHESIS{ 2023:671257929, title = {Passabilidade e possibilidades}, year = {2023}, url = "https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/tede/4804", abstract = "Norteia-se, sem conhecimento prévio, conceitos que distorcem e discriminam a transexualidade, forjando um imaginário coletivo que dita, ou tenta ditar, como seria uma pessoa trans, ou seja, o estereótipo, que querendo ou não, traça uma fronteira comparativa entre a cisgeneridade e a transgeneridade, onde a cisgeneridade seria uma espécie de legalidade identitária de modo que as demais identidades sexuais seriam ilegítimas. Tal fronteira comparativa fez com que pessoas trans (transexuais e travestis) buscassem adequação ao “modelo” cisgênero, o que fez surgir o termo designado como passabilidade, que pode ser traduzido no quanto uma pessoa trans se parece, ou passa por cisgênero, conceito baseado na imagem, onde a aparência dita quem pode, ou não, acessar espaços e direitos, vindo a ser o habeas corpus para viver em sociedade sem sofrer violências, violações, discriminações, preconceitos e sanções. Entretanto aquilo que poderia ser vislumbrado como uma saída para tantos percalços, pode ser observado também, como armadilha que coloca pessoas trans na condição de ter que se parecer com outro para poderem existir, e exacerba as várias dificuldades enfrentadas por aquelas pessoas trans que não são consideradas passáveis enfatizo a intersecção entre transexualidade, raça e gênero, recortes que atravessam e deixam marcas nos corpos trans, observados enquanto proibidos, públicos e desejáveis quando convém. Neste sentido, o presente estudo buscou analisar os discursos de pessoas transgêneras (transexuais e travestis) e pessoas cisgêneras acerca da passabilidade enquanto estratégia de defesa da transfobia, objetivando problematizar as condições históricas da emergência da passabilidade na comunidade trans; compreender os sentidos dados à passabilidade por pessoas trans e pessoas cis; e apontar as intersecções entre gênero, raça e orientação sexual no uso da passabilidade. Para isso realizada pesquisa de abordagem qualitativa, entrevistando seis pessoas transgêneras (três mulheres transexuais/travestis e três homens trans/transmasculinos) e seis pessoas cisgêneras (três homens e três mulheres), totalizando doze pessoas, cisgêneras e transgêneras da cidade de São Luís do Maranhão, por meio de questionário semiestruturado, no qual as entrevistas foram gravadas e transcritas fidedignamente, com base no método arqueogenealogico, inspirado em Foucault, para realizar a análise dos dados. Notei, dessa forma, primeiramente, a mudança da percepção conceitual da transexualidade nas óticas trans e cis, enquanto a passabilidade vem perdendo o viés de obrigatoriedade para pessoas trans, embora se perceba, ainda, a necessidade desta, não só para acesso a espaços sociais, como também para o bem-estar, autoestima, segurança e autocuidado. Na interseccionalidade da raça e do gênero na comunidade trans, as pessoas mais estigmatizadas, a priori, são as mulheres trans negras. Observei, também, que a passabilidade é presente e determinante, na cisgeneridade, com critérios diferentes dos exigidos na transgeneridade, já que o corpo cis é “aceitável” socialmente, e passam a pesar, entre outros, a origem, a educação, o vestuário, e o poder aquisitivo. Por fim, o estudo discorre para além da passabilidade, fala sobre vidas humanas e cidadania, e se apresenta como motivação para novos estudos que venham a trazer mais discussões sobre este e demais temas que abordem a transexualidade.", publisher = {Universidade Federal do Maranhão}, scholl = {PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA/CCH}, note = {DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA/CCH} }