@MASTERSTHESIS{ 2020:1876146631, title = {ENXAGUANTES BUCAIS E CÂNCER ORAL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA E META-ANÁLISE}, year = {2020}, url = "https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/tede/4333", abstract = "O carcinoma espinocelular (CEC) representa mais de 90% de todas as malignidades orais e orofaríngeas. Implicados nesse processo, existem os fatores extrínsecos, como o consumo de tabaco fumado e mascado, o consumo de bebidas alcoólicas, infecção por papilomavírus humano e os estímulos químico-físicos; e existem os fatores intrínsecos, como as deficiências nutricionais e condições genéticas. Tendo em vista a relação do álcool ingerido como promotor da carcinogênese oral, o efeito do uso tópico a longo prazo de substâncias contendo álcool é debatido na literatura e a possível associação do uso dos enxaguantes bucais ao câncer oral é fundamentada no fato desses produtos serem de venda livre com algumas composições possuindo alto teor alcoólico. Entretanto, as meta-análises publicadas sobre esse assunto, na medida que se basearam apenas na plausibilidade biológica do efeito citotóxico do conteúdo alcoólico dos enxaguantes, não foram capazes de estimar uma medida ponderada estatisticamente significativa. Aliado a isto, até o momento, nenhum estudo parece ter examinado o efeito de enxaguatórios bucais não alcoólicos, o que sugere a possibilidade de que outros componentes das formulações também contribuam para o risco, alterando a diversidade de bactérias orais e causando danos celulares. Isto posto, este trabalho foi proposto com a finalidade de atualizar as meta-análises publicadas, estimando uma medida de efeito agrupada dos estudos observacionais que apresentam o desfecho de câncer oral. Esta revisão sistemática e meta-análise foi relatada de acordo com as recomendações PRISMA e teve seu protocolo registrado no site do PROSPERO com o número identificador CRD42020143307. A estratégia de busca utilizada foi com o acrônimo PECO. Na busca bibliográfica, foram identificados 5.696 registros em bases indexadas e literatura cinzenta, sem restrição de tempo e idioma. Após a exclusão das duplicatas, foram lidos 4.711 títulos e resumos. Destes, 22 estudos foram selecionados para leitura do texto na íntegra e 10 incluídos em nossa revisão juntamente com 01 artigo identificado na busca das listas de referência. A avaliação do risco de viés dos estudos incluídos na revisão foi feita de forma independente, por duas revisoras, pela escala Newcastle – Ottawa (NOS) para estudos tipo caso-controle e obteve-se 05 dos 11 estudos como de baixo risco de viés e 06 com moderado risco de viés. Para a meta-análise, foram selecionados 09 estudos casos-controles, que passaram pela avaliação da qualidade da evidência pela GRADEpro GDT Guideline Development Tool, constatando-se ser de muito baixa qualidade. Na análise agrupada, 10 medidas dos 09 estudos foram sumarizadas utilizando o modelo de efeitos randômicos, por meio do método DerSimonian-Laird. Como resultado, obtivemos uma associação entre o uso de enxaguantes bucais e o câncer oral (OR=1.46; IC95%: 1.12-1.91). Ao estratificar pela frequência de uso, a associação não se manteve entre os que usavam menos que uma vez ao dia (OR=0.91; IC95%: 0.61-1.36), mas permaneceu significante na categoria de uma ou mais vezes ao dia (OR=1.74; IC95%: 1.25-2.43), sugerindo uma possível dose-resposta. Não foi possível realizar uma análise de subgrupo de acordo com o conteúdo alcoólico dos enxaguatórios, a fim de que pudéssemos avaliar se as substâncias presentes em suas formulações são importantes para o câncer oral de forma independente ao álcool. A meta regressão foi realizada e a proporção de casos e controles contribuiu em 33% na explicação da heterogeneidade. O viés de publicação foi analisado pelo teste de regressão de Egger e mostrou se estatisticamente significativo (p = 0.081). A presente revisão sistemática e meta-análise demonstra que o uso frequente de enxaguantes bucais foi associado a uma chance 46% maior de câncer oral quando comparado ao não uso e sugerimos que essa relação poderia ser explicada não apenas pelo conteúdo alcoólico, mas também pela contribuição dos compostos antibacterianos, o que fortalece a necessidade de que novos estudos com esses dados possam esclarecer apropriadamente a associação entre essa exposição e esse desfecho.", publisher = {Universidade Federal do Maranhão}, scholl = {PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA/CCBS}, note = {DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA II/CCBS} }