@PHDTHESIS{ 2020:1033341026, title = {Efeitos da Arrabidaea chica (Humb. & Bonpl.) Verlot em osteoartrite.}, year = {2020}, url = "https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/tede/4036", abstract = "A osteoartrite (OA) é uma doença de grande impacto socioeconômico, multifatorial e complexa, caracterizada por remodelação óssea, inflamação sinovial e perda de cartilagem, e cuja dor está entre os principais sintomas. Pode levar a incapacidade e comprometimento funcional do indivíduo, e possui tratamento considerado desafiador. Neste contexto, a busca de terapias alternativas para a OA é essencial, dentre as possíveis fontes de tratamento destacamos as plantas medicinais. Arrabidaea chica (Humb. & Bonpl.) Verlot é uma planta conhecida mais popularmente como pariri ou crajiru, e está presente na Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS) em função de seu uso na medicina tradicional e popular, sobretudo para tratar afecções de pele, mas também por ações anti inflamatórias, cicatrizantes, anti-hipertensiva, hepatoprotetor, antiparasitária, antitumoral, dentre outras. Destacando assim, seu grande potencial farmacológico e interesse para novas investigações científicas. Deste modo, o objetivo desta pesquisa foi avaliar a ação anti inflamatória, anti-nociceptiva e regenerativa de A. chica no controle da OA, além de sua composição química. Para isso, o material vegetal (folhas de A. chica) foi coletado, seco a 40 ºC, pulverizado, e em seguida embebido em álcool etílico a 70% sob maceração, sendo posteriormente filtrado e concentrado em rotaevaporador a 40 °C, obtendo-se e o extrato hidroetanólico, parte deste extrato foi também submetida a partição líquido-líquido, para obtenção das frações (hexânica, butanólica e acetato de etila) de A. chica. Posteriormente, o extrato e as frações obtidos foram submetidos a análises in vitro, em ensaio de inibição da ciclo-oxigenase 1 (COX–2) e 2 (COX–2). O extrato e frações também tiveram seu efeito observado em estudos in vivo, em que ratos, da espécie Rattus norvegicus passaram por indução experimental de OA no joelho, com monoiodoacetato de sódio (MIA) - (2 mg/kg), e foram tratados com extrato hidroetanólico de A. chica nas doses de 50, 150 e 450 mg/kg, e com as frações hexânica, acetato de etila e butanólica de A. chica, na dose de 5 mg/kg, administrados por via oral/diariamente, durante 26 dias. Os animais foram avaliados clinicamente a cada 7 dias, através dos testes de atividade: motora (Rotarod), Incapacitância/distribuição de peso nas patas (Weight Bearing), hiperalgesia mecânica (Randall-Selitto) e alodínia mecânica (Von Frey). No 29º dia os animais foram eutanasiados e procedeu–se a coleta dos órgãos (fígado, baço e rim) e joelhos para análises histopatológicas posteriores. Foram realizadas também análises químicas por HPLC-MS e CG-MS, para identificação dos compostos presentes no extrato e na fração hexânica de A. chica, estes foram submetidos ao ensaio in silico de docagem molecular, tendo como alvo a COX-2, a fim de nortear a escolha dos compostos mais promissores para o tratamento de OA. Os resultados obtidos mostraram que o extrato e frações de A. chica promove inibição da COX–1 e 2, sendo que a fração hexânica apresentou os melhores resultados, sendo capaz de inibir a COX-2 em mais de 90%, já na dose de 10µg/mL e com maior afinidade pela COX-2, do que pela COX-1. O extrato e frações de A. chica, também induziram melhoras significativas nos parâmetros de incapacidade, atividade motora, hiperalgesia e alodínia decorrentes da OA. O extrato e frações também produziram melhoras na condição radiológica dos joelhos, contudo nas avaliações histopatológicas estas melhoras só foram significativas nos tratamentos com as frações hexânica e acetato de etila, que obtiveram respectivamente, scores médios de 2,9 (±1,8) e 3,7 (±1,6), sendo significativamente menores que grupo salina (CTL-), com média 6,0 (± 0,5). Cabendo ainda ressaltar que as frações tiveram excelentes resultados em doses muito baixas, de 5mg/kg. As análises histopatológicas do fígado, baço e rim também mostram que as doses administradas do extrato e frações não produzindo toxicidade aos animais. Quanto à composição química do extrato, foram identificados 22 compostos, dentre os quais 12 são relatados pela primeira vez nesta espécie, em sua maioria, os compostos identificados são importantes flavonoides, que tem grande potencial anti-inflamatório destacado na literatura. As análises in silico sugeriram a existência de interações muito favoráveis entre alguns desses flavonoides e a enzima COX–2, principalmente para a amentoflavona (energia livre de ligação de –9,21 kcal/mol), quercetina-O-galato (energia livre de ligação de –8,86 kcal/mol) e crisoeriol-O-glucosídeo (energia livre de ligação de –8,45 kcal/mol). Na fração hexânica foram identificados 20 compostos, sendo estes ácidos graxos, terpenos e fitoesteróis, dentre os quais destacamos o fitol com componente majoritário, o qual tem significativos registros de atividade analgésica e anti-inflamatória. A partir da docagem molecular destes 20 compostos com a COX-2, também foram sugeridas interações muito favoráveis, entre o alfa-tocoferol (Vitamina E), escaleno e beta-sitosterol, com energias livres de ligação de -10,4, -10,4 e -9,8 kcal/mol, respectivamente. A partir destes dados, conclui–se que o extrato e frações de A. chica possuem propriedades analgésicas e anti-inflamatórias e podem ser úteis para o tratamento da OA, e que as atividades aqui evidenciadas podem estar ligadas aos flavonoides, terpenos e fitoesteróis, que tem o potencial de intervir na via do ácido araquidônico, reduzindo o processo inflamatório.", publisher = {Universidade Federal do Maranhão}, scholl = {PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA - RENORBIO/CCBS}, note = {DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FISIOLÓGICAS/CCBS} }