@PHDTHESIS{ 2019:250285638, title = {Associação entre HIV e alterações auditivas em crianças}, year = {2019}, url = "https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/tede/3720", abstract = "A associação entre HIV/AIDS e perda auditiva em crianças tem achados inconsistentes na literatura, principalmente sobre o tipo de perda auditiva e a influência da contagem de linfócitos T CD 4 ou da carga viral. Há carência de protocolos nacionais de acompanhamento da saúde auditiva de crianças com HIV/AIDS, diferente das crianças com HIV e co-infecção sífilis ou toxoplasmose. Para avaliar o impacto da infecção pelo HIV na perda auditiva de crianças e orientar medidas de prevenção, diagnóstico precoce e reabilitação, propôs-se estudar a associação entre HIV e alterações auditivas em crianças, com maior detalhamento metodológico e visando minimizar fatores confundidores destacados nas revisões de literatura apreciadas. Foi realizado um estudo transversal em dois serviços de referência (Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão e Centro de Saúde de Fátima), incluindo crianças de 18 meses a 12 anos de idade com diagnóstico confirmado de infecção pelo HIV. O grupo de comparação foi composto por crianças sem HIV. Após aplicação de questionário semi-estruturado aos acompanhantes ou responsáveis, as crianças foram submetidas a otoscopia e à primeira etapa de exames audiológicos (emissões otoacústicas e timpanometria). Na presença de queixas ou alterações à otoscopia ou na primeira etapa, as crianças foram encaminhadas para a segunda etapa de exames audiológicos (audiometria tonal ou audiometria de tronco encefálico). O software STATA 12.0 foi usado para a análise estatística. Avaliaram- se 42 crianças vivendo com HIV e 41 crianças do grupo de comparação. A maioria das crianças com HIV (59,5%) nasceu de mães sem o diagnóstico da infecção até o parto. Houve diferença significativa entre os grupos com relação à frequência de queixas auditivas (p= 0,005), alterações à otoscopia (p= 0,026), percentual de falhas às emissões otoacústicas (p= 0,06) e alterações à timpanometria (p< 0,001). O único tipo de perda auditiva encontrada foi a condutiva. Não houve correlação entre a contagem de células T CD4, carga viral, esquema da terapia antirretroviral ou tempo de tratamento e perda auditiva. A infecção pelo HIV foi evidenciada como fator de risco para falha às emissões otoacústicas (OR= 7,02; p= 0,011). O predomínio de perda auditiva relacionada a alterações de orelha média em crianças com HIV coincide com diversos estudos da literatura. As falhas na atenção pré-natal e a infecção via aleitamento materno levam ao diagnóstico tardio da infecção pelo HIV, sem orientação de monitoramento auditivo até o terceiro ano de vida, como orienta o Comitê Multiprofissional em Saúde Auditiva. A inexistência de cura para a infecção por este vírus impõe a exposição aos efeitos diretos e indiretos do HIV destas crianças até avançada idade, com acúmulo progressivo de danos audiológicos. Propõe-se protocolo estendido de testagem para prevenção da transmissão vertical do HIV independente de suspeita de infecção materna e sugere-se rastreamento auditivo anual de crianças com HIV até a adolescência. Profissionais de saúde e gestores devem atentar para esta problemática da transmissão vertical do HIV e da saúde auditiva destas crianças, prevenindo impactos no seu desenvolvimento.", publisher = {Universidade Federal do Maranhão}, scholl = {PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE/CCBS}, note = {DEPARTAMENTO DE MEDICINA I/CCBS} }