@PHDTHESIS{ 2021:121454762, title = {ANÁLISE ESPACIAL DO ABANDONO DO TRATAMENTO DA TUBERCULOSE E DA DUPLA CARGA TUBERCULOSE-DIABETES.}, year = {2021}, url = "https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/tede/3713", abstract = "O abandono do tratamento da tuberculose (TB) e a comorbidade tuberculose-diabetes mellitus (TB-DM) integram o conjunto de desafios para o controle da TB enquanto problema de saúde pública. Objetivou-se analisar a distribuição espaço-temporal do abandono do tratamento da tuberculose e da dupla carga tuberculose-diabetes no Brasil. Realizou-se um estudo ecológico sobre o abandono do tratamento dos casos novos de TB e dos casos de comorbidade tuberculose-diabetes no Brasil, no período de 2012 a 2018, notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação – Sinan, tendo como unidades de análise os municípios. A população de estudo foi constituída por todos os casos novos de TB, de todas as formas clínicas, cujo desfecho tenha sido o abandono do tratamento da TB e, ainda, por todos os casos de tuberculose, em todas as formas clínicas, com a comorbidade Diabetes Mellitus. Para a análise de tendência, utilizou-se o modelo de Prais-Winsten e para a análise espacial os índices Global e Local de Moran. Verificou-se que a média da proporção de abandono do tratamento da TB no país foi de 10,44% (DP:±1,36) com tendência considerada estável. As maiores médias foram observadas no Sudeste (10,80±1,50), Sul (10,67±3,17) e Centro-Oeste (10,12±0,86). Os estados com maiores índices foram Rondônia (13,94±1,65), Rio Grande do Sul (13,73±4,56) e Rio de Janeiro (12,36±1,68). Houve estabilidade na proporção do abandono do tratamento da TB no País, e as regiões Norte e Sul apresentaram tendência decrescente, com taxas de variação de -5,45% e -16,62%, respectivamente. Houve distribuição heterogênea e não aleatória, com existência de áreas de alto risco concentradas, sobretudo, na região Sudeste. Quanto à prevalência da comorbidade TB-DM, no período em estudo este indicador foi de 7,02%. Na distribuição anual e do período, os municípios com prevalências acima de 6% concentram-se nas regiões Sudeste, Nordeste e Sul. A proporção da comorbidade TB-DM distribuiu-se de maneira heterogênea nos municípios brasileiros e não ocorreu de forma aleatória, existindo autocorrelação espacial positiva estatisticamente significativa na análise do agregado do período (Moran I= 0,193; p<0,0001). Constatou-se a autocorrelação espacial por meio dos Índices de Moran, sendo a prevalência nas áreas de alto risco igual a 28,04% e a nas de baixo risco igual a 5,86%. Compuseram o cluster de alto risco municípios pertencentes, sobretudo, às regiões Nordeste, Sudeste e Sul. No modelo de regressão multivariado clássico, a cobertura da Atenção Básica, percentual da população que vive em domicílios com densidade superior a duas pessoas por dormitório, percentual de desemprego de pessoas maiores de 18 anos, PIB per capita e renda per capita se ajustaram melhor. Foi observada associação negativa entre a variável dependente e as variáveis ‗cobertura da Atenção Básica‘ e ‗PIB per capita‘, o que expressa em termos numéricos que, a cada incremento destes marcadores, há decréscimo no log do número de casos de TB-DM. As demais variáveis associaram-se positivamente ao desfecho. Essas variáveis foram inseridas nos modelos Spatial Lag e Spatial Error e os resultados comparados, sendo que o último apresentou os melhores parâmetros: R2 =0,421, Log da Verossimilhança=-4661,03, AIC=9334,07 e SBC=9371,00. Os resíduos do Spatial Error apresentaram distribuição normal e o índice global de Moran foi de -0,022 (p<0,001), indicando que a inclusão do componente espacial eliminou a autocorrelação espacial dos resíduos (valor mais próximo de zero), sobretudo quando comparado aos resíduos da regressão clássica (OLS). Os achados deste trabalho sugerem que tanto o abandono do tratamento, quanto a dupla carga TB-DM sofrem influência do espaço para a sua ocorrência e que fatores socioeconômicos e de saúde explicaram a ocorrência da comorbidade TB-DM no Brasil. O estudo da análise espacial do abandono do tratamento da TB e da comorbidade TB-DM permitiu evidenciar a heterogeneidade e o padrão de distribuição geográfica desses dois desafios ao controle da tuberculose enquanto problema de saúde pública no Brasil. Os resultados apresentados reforçam a necessidade de reconhecimento do abandono do tratamento da TB e da comorbidade TB-DM como barreiras ao combate da doença no Brasil. Esse reconhecimento é indispensável à construção e execução de políticas públicas. Espera-se que os resultados deste estudo possam contribuir para a melhoria das ações de saúde, fornecendo elementos para a elaboração de estratégias com vistas à redução dos casos de abandono do tratamento e para o enfrentamento da sinergia da tuberculose e do DM, por meio do direcionamento de intervenções em áreas de maior risco, apoiando, desse modo, as ações de gestão em saúde pública.", publisher = {Universidade Federal do Maranhão}, scholl = {PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA/CCBS}, note = {DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM/CCBS} }