@PHDTHESIS{ 2021:589346226, title = {Avaliação da polarização dos macrófagos em pacientes infectados por Helicobacter pylori e a relação com a susceptibilidade do hospedeiro}, year = {2021}, url = "https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/tede/3187", abstract = "Helicobacter pylori é um dos patógenos mais prevalentes da espécie humana. A gastrite crônica induzida por Helicobacter pylori é um importante fator de risco para o desenvolvimento de úlceras gástricas e duodenais e adenocarcinoma gástrico. A resposta imunológica da mucosa gástrica provocada pela bactéria é caracterizada pela presença de macrófagos. Estas células são consideradas importantes reguladores da resposta imune. De acordo com a via de ativação, os macrófagos podem desviar sua resposta para dois polos opostos, conhecidos como M1 e M2, que podem levar a desfechos clínicos variados em muitas doenças. No entanto, o perfil funcional dos macrófagos na infecção por Helicobacter pylori não é bem definido. Assim, o objetivo deste estudo foi investigar se a presença de H. pylori por si só poderia induzir a polarização dos macrófagos e se esta polarização estaria associada à maior carga bacteriana e a maior gravidade da resposta inflamatória da mucosa gástrica. Primeiramente, realizamos uma breve revisão bibliográfica abordando o tema avaliação da polarização dos macrófagos em infecção por Helicobacter pylori, na qual observamos poucos estudos sobre a infecção em humanos. Entre eles, um demonstrou perfil M1 em pacientes infectados com gastrite atrófica, indicando que a resposta excessiva ou a manutenção prolongada do perfil de polarização M1 pode levar a danos teciduais e contribuir para a patogênese da infecção. Além disto, abordamos os mecanismos de escape do patógeno às respostas imunes do hospedeiro. A seguir, investigamos a polarização de macrófagos em pacientes infectados por H. pylori, por meio de imunohistoquimica da mucosa gástrica. Um estudo transversal foi conduzido com 73 pacientes dispépticos submetidos à endoscopia digestiva alta e aos testes diagnósticos de H. pylori (teste da urease e histopatológico) em biópsias da mucosa gástrica. O diagnóstico endoscópico avaliou a presença de pangastrite leve ou pangastrite erosiva/úlcera péptica. A mucosa gástrica foi avaliada histologicamente para determinar a presença de atrofia, metaplasia (lesões pré-neoplásicas) e densidade de H. pylori. De todos os pacientes examinados, 36 foram H. pylori negativo e 37 H. pylori positivo. Os pacientes foram então separados em três grupos: um grupo H. pylori negativo (n=36), um grupo infectado por H. pylori sem lesões pré-neoplásicas (n=16) e outro grupo infectado com lesões pré-neoplásicas (n=21). Por meio da técnica de imunohistoquimica na mucosa gástrica, foi determinada a expressão de F4/80 (marcador de macrófagos) e de marcadores para os perfis de polarização M1 (iNOS, TNF, HLA-DR) e M2 (Arginase, IL-10, CD163). Além disto, foi feita dosagem da atividade de Arginase no plasma dos pacientes. Após a análise dos resultados foram realizadas análises de associação entre as variáveis. Observamos que os pacientes infectados por H. pylori apresentaram concentração maior de macrófagos marcados com Arginase e CD163, mas não apresentaram alterações dos marcadores de polarização iNOS, TNF-α, HLA-DR ou IL-10, sugerindo um perfil M2 de polarização. Macrófagos marcados com Arginase e CD163 estavam em maior número nos pacientes com alta carga bacteriana e com gastrite crônica sem lesões pré-neoplásicas, em relação aos controles. A expressão de IL-10 foi menor nos pacientes com maior densidade bacteriana. Expressão de Arginase foi maior na mucosa gástrica de pacientes infectados com gastrite erosiva/úlcera péptica que os controles com o mesmo diagnóstico. Não houve correlação entre expressão de Arginase na mucosa e a atividade no plasma. Concluímos que uma das estratégias do H. pylori para escapar da resposta pró-inflamatória (M1) da mucosa é induzindo macrófagos M2. Desta forma, um ambiente inflamatório de baixo grau na mucosa gástrica, em resposta à infecção, pode ser favorável a persistência da bactéria. No entanto, a carga bacteriana pode ser um fator de desequilíbrio deste perfil tolerogênico. Além do mais, a ausência de correlação entre a expressão de Arginase sistêmica e na mucosa sugere que a bactéria promove a modulação da resposta imune e inflamatória no local da infecção. Uma maior compreensão do papel da polarização de macrófagos na gastrite crônica associada à infecção por H. pylori pode ajudar a entender a imunopatologia da infecção com H. pylori e apoiar futuras abordagens terapêuticas e diagnósticas.", publisher = {Universidade Federal do Maranhão}, scholl = {PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE/CCBS}, note = {DEPARTAMENTO DE PATOLOGIA/CCBS} }