@MASTERSTHESIS{ 2025:2133551651, title = {Antônio Vieira versus Camaristas: conflitos e disputas pelo poder temporal dos indígenas (Maranhão, 1653-1661)}, year = {2025}, url = "https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/6656", abstract = "Pretendemos analisar o conflito pelo poder temporal dos indígenas no Maranhão seiscentista entre os colonos, representados pelo corpo camarista, cujos integrantes eram denominados de “homens bons”, e a ordem religiosa Companhia de Jesus, representada pelo padre Antônio Vieira. O recorte temporal compreende o período de 1653 a 1661, que marca a vinda da terceira leva de missionários Jesuítas para o Estado do Maranhão, tendo o padre Antônio Vieira como seu superior, bem como o ano da expulsão dos Jesuítas. Esse período se apresenta como um dos mais tensos entre colonos e religiosos, devido à aplicação de duas principais leis; a de 1653, que obrigava a presença de religiosos no processo dos Descimentos, e a Lei de 9 de abril de 1655, esta concedeu o poder, tanto espiritual quanto temporal dos nativos, à Companhia de Jesus. Esta lei promoveu uma reviravolta no processo político-administrativo da Colônia, despertando o descontentamento dos camaristas. O aborrecimento desse grupo se intensifica com a implantação de uma Junta que visava fazer uma varredura na condição legal dos nativos pertencentes aos colonos. Para analisarmos tal conflito nos remeteremos às cartas de vereações, a exemplo da carta de 27 de abril de 1654, como também dos registros feitos no Livro de Acordãos da Câmara de São Luís, de 1649-1654, juntamente com a carta escrita por Vieira que relata o processo da Junta (1655), demonstrando como se dava a ação dos colonos para captura de nativos, o desprezo pelos indígenas ao não diferenciar os nativos livres dos que se encontravam no estado de cativos e o aliciamento constante por parte dos colonos em relação aos indígenas. As respostas de Vieira aos camaristas encontram-se nos textos que concebeu de 1654 a 1661, a exemplo dos sermões - Sermão de Santo Antônio aos peixes (1654), Sermão da Primeira Oitava (1656) e o Sermão da quarta dominga da quaresma (1660) - assim como das cartas dirigidas ao Senado da Câmara do Pará em 1661. O embate entre tais grupos levou ao processo de expulsão da Companhia de Jesus no ano de 1661, permitindo o retorno administrativo dos camaristas sobre os indígenas e a reorganização política-administrativa da colônia. Para promover a análise do discurso polêmico entre esses dois grupos (Jesuítas e camaristas), utilizaremos as concepções do dialogismo bakhtiniano. Mikhail Bakhtin estabelece que as relações dialógicas são relações sociais de valores que constituem um enunciado dotado de um discurso ideológico. Neste sentido, de acordo com o filósofo da linguagem russo, é preciso levar em conta quem escreve, para quem se dirige tal texto e em qual situação foi produzido para assim podermos compreender a intencionalidade do autor (BAKHTIN, 2011, pp. 307-308).", publisher = {Universidade Federal do Maranhão}, scholl = {PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA/CCH}, note = {DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA/CCH} }