@PHDTHESIS{ 2025:884433217, title = {PERMANÊNCIA E RESISTÊNCIA: POLÍTICAS INSTITUCIONAIS, MOTIVAÇÕES E EXPERIÊNCIAS DE ESTUDANTES TRANS E TRAVESTIS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO}, year = {2025}, url = "https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/6568", abstract = "As discussões sobre políticas de permanência para pessoas trans e travestis no ensino superior levantam debates urgentes sobre pertencimento, exclusão e justiça educacional. Nesse sentido, este trabalho investigou: quais possibilidades o discurso normativo e a ação institucional, na interação com a experiência cotidiana, trazem para o desenvolvimento do sentimento de pertencimento e da permanência de estudantes trans e travestis em cursos superiores da Universidade Federal do Maranhão - UFMA, cidade universitária Dom Delgado? A tese defendida nesta pesquisa é que a permanência de estudantes trans e travestis na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) não é garantida por políticas, estruturas e relações acadêmicas institucionais, embora possa existir alguma influência positiva do nome social, expressando-se mais como uma prática contínua de resistência individual e coletiva, que se consolida em um campo de disputa constante. Essa prática política de enfrentamento e reinvenção de si afirma as limitações das estruturas cisnormativas da instituição, que falha em prover apoio e reconhecimento material e simbólico, exigindo que a UFMA realize uma profunda reestruturação de sua política de permanência. Com base nisso, o objetivo geral do estudo é compreender os sentidos de pertencer e permanecer na educação superior, construídos na interação do discurso normativo e da ação institucional com a experiência cotidiana de estudantes trans e travestis em um curso universitário. O estudo, de natureza qualitativa e crítica, busca compreender os sentidos atribuídos à permanência por sete estudantes e egressos trans e travestis da UFMA, cujas narrativas foram analisadas à luz dos estudos de gênero, da educação e das ciências sociais. A pesquisa está estruturada em sete seções, precedidas por uma introdução que apresenta o problema, a tese principal, os objetivos e a justificativa. A tese discute a exclusão histórica de pessoas trans e travestis da educação formal e a construção do gênero como regime normativo, mobilizando autoras como Judith Butler, Guacira Lopes Louro e Berenice Bento. Ao analisar os modelos teóricos sobre permanência universitária, com foco em Vincent Tinto e suas limitações, o estudo demonstra, por meio das experiências dos participantes, que a permanência na UFMA é tensionada por múltiplas formas de exclusão simbólica, institucional e material. Os relatos evidenciam violências em sala de aula, negação do nome social, apagamento curricular, ausência de apoio psicológico e negligência nos serviços de saúde. A universidade se mostra estruturada por uma lógica cisnormativa, na qual as políticas assistenciais são desenhadas para sujeitos genéricos. As pessoas participantes, contudo, constroem estratégias de resistência e afirmam sua presença como ato político, demonstrando que permanecer é uma prática cotidiana de enfrentamento e reinvenção de si. A pesquisa confirma a tese ao demonstrar o descompasso entre as normativas institucionais e as vivências concretas das pessoas trans e travestis. Além disso, aponta para a insuficiência das políticas de permanência que ignoram as especificidades dessa população e reitera a urgência de ações que incluam o reconhecimento de identidades, o cuidado com a saúde mental, a inclusão curricular de epistemologias trans e a reformulação dos serviços de assistência. Portanto, esta tese contribui para o campo dos estudos trans e travestis e para o debate sobre justiça educacional, ao propor uma escuta comprometida que valorize as experiências e os saberes dessas pessoas como centrais para a transformação universitária.", publisher = {Universidade Federal do Maranhão}, scholl = {PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO/CCSO}, note = {COORDENAÇÃO DO CURSO DE PEDAGOGIA/CCSO} }