@MASTERSTHESIS{ 2025:612706347, title = {VULNERABILIDADE DOS CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS E NÃO RECICLÁVEIS: Uma análise das condições sociais, trabalho e saúde em uma cidade da Baixada Maranhense}, year = {2025}, url = "https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/6444", abstract = "Introdução: A gestão inadequada de resíduos sólidos representa um problema significativo para a saúde pública e o meio ambiente. Nesse contexto, os catadores de resíduos desempenham um papel essencial na cadeia de reciclagem, reduzindo o volume de resíduos descartados em aterros e lixões. Contudo, esses trabalhadores frequentemente enfrentam condições de trabalho precárias, com exposição a diversos riscos ocupacionais e de saúde. Objetivo: Analisar as vulnerabilidades relacionadas às condições, sociais, trabalho e saúde dos catadores de materiais recicláveis e não recicláveis em Pinheiro, Maranhão. Método: Trata-se de um estudo exploratório, transversal e descritivo-quantitativo, conduzido com 82 catadores de materiais recicláveis, vinculados ou não à Associação de Materiais Recicláveis do município de Pinheiro, Maranhão. Foram coletados dados sociodemográficos, além de informações sobre as condições saúde, utilização dos serviços e riscos laborais. A análise dos dados foi realizada por meio de estatística descritiva no programa SPSS 2013, com aplicação do teste não paramétrico quiquadrado de independência para avaliar associações entre as variáveis estudadas. Resultados: A primeira etapa da pesquisa (artigo 1) ao estudar o perfil sociodemográfico e as condições de saúde, observou-se que a maioria dos participantes é composta por mulheres (62,2%), autodeclarados pardos (70,7%), com idade entre 21 e 50 anos (78,1%). A escolaridade predominante é baixa, sendo que 58,5% não concluíram o ensino fundamental. Em termos de renda, 85,4% recebem menos de R$ 1.000 mensais e 73,2% são beneficiários de programas sociais. As principais queixas de saúde incluíram dor na coluna (70,7%) e problemas dermatológicos, como coceira (32,9%) e irritação (30,5%). Apesar dessas dificuldades, a percepção sobre o próprio estado de saúde é majoritariamente regular (41,5%) ou boa (35,4%). O acesso aos serviços de saúde é limitado, com 98,8% dos trabalhadores dependendo exclusivamente do sistema público, o que leva muitos a recorrerem a práticas alternativas. Na segunda etapa da dissertação (artigo 2) ao verificar as condições de trabalho, contato e exposição com resíduos perigosos e suas associações, verificou-se que para 56,1% dos catadores a coleta de materiais recicláveis representa a principal fonte de sustento, enquanto 61% apontaram o desemprego como um fator determinante para ingressar nessa atividade. O tempo dedicado à catação é significativo: 52,4% atuam seis horas ou mais por dia, e 24,4% exercem a atividade todos os dias da semana. A exposição a riscos ocupacionais é elevada, principalmente devido ao uso insuficiente de Equipamentos de Proteção Individual, com apenas 37,8% utilizando luvas, 43,9% fazendo uso de máscaras e 2,4% adotando capas protetoras. Os acidentes com materiais hospitalares foram mais frequentes entre os homens (38,7%) e indivíduos autodeclarados pretos e pardos. Não foi encontrada associação estatisticamente significativa entre escolaridade, renda com contato ou ocorrência de acidentes com esses materiais. Conclusão: Os resultados evidenciam que os catadores de materiais recicláveis enfrentam uma realidade marcada por extrema vulnerabilidade social e ocupacional, refletindo desigualdades estruturais na região da Baixada Maranhense. As precárias condições de trabalho, a baixa escolaridade e a insuficiência de renda acentuam sua marginalização socioeconômica. Além disso, a falta de acesso adequado aos serviços de saúde e a exposição constante a riscos ocupacionais agravam ainda mais sua condição de vulnerabilidade.", publisher = {Universidade Federal do Maranhão}, scholl = {PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE E AMBIENTE/CCBS}, note = {COORDENAÇÃO DO CURSO DE MEDICINA PINHEIRO/CCHNST} }