@MASTERSTHESIS{ 2025:774470689, title = {INTERVENÇÃO EDUCATIVA COM PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE SOBRE DIREITOS DE MULHERES E CRIANÇAS: Repercussões no cuidado em saúde durante os primeiros mil dias}, year = {2025}, url = "https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/5969", abstract = "Objetivo. Avaliar os efeitos de uma intervenção educativa acerca dos direitos das mulheres e crianças nos processos do trabalho de profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS), em especial Agentes Comunitários de Saúde (ACS), e em indicadores de saúde durante os primeiros mil dias. Materiais e Métodos. Estudo com abordagem qualitativa e quantitativa, desenvolvido em Alcântara, um município do Maranhão de pequeno porte, baixo Índice de Desenvolvimento Humano Municipal e predominantemente rural e quilombola. Um município na mesma região de saúde, com características semelhantes foi escolhido como controle. A intervenção foi composta por três etapas: fase exploratória, a ação educacional e a avaliação. A primeira serviu para organização do campo. A segunda etapa foi composta pelo curso de aperfeiçoamento, com duração de 8 meses (abril a dezembro/2022), sobre direitos de mulheres e crianças nos primeiros 1000 dias. Na terceira houve avaliação com duas abordagens. Na abordagem quantitativa, realizou-se ensaio comunitário não randomizado cujas unidades de análise foram Alcântara (município de intervenção) e Guimarães (controle), e os desfechos foram dez indicadores relacionados à mulher e à criança nos 1.000 dias de vida, coletados do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica. Foram realizadas análises descritivas, regressão linear de Prais-Winsten e séries temporais interrompidas controladas por meio de modelos autorregressivos, integrados e de média móvel. Na qualitativa, uma pesquisa-ação, com dados coletados por meio de entrevistas coletivas, foram incluídos todos os ACSs que participaram da intervenção. As entrevistas foram gravadas, transcritas e analisadas por meio da análise de conteúdo na modalidade temática, de acordo Minayo. Em ambas as abordagens, todos os aspectos éticos foram respeitados (aprovação no CEP HUUFMA em 12/12/2018, CAAE Nº 92281818.9.1001.5086). Resultados. Manuscrito 1 (será submetido à The Lancet Regional Health - Americas). Ao analisar a tendência temporal de seis indicadores de saúde da mulher e quatro da criança, encontramos que, doze meses após o término da intervenção em Alcântara, houve aumento significativo no número de consultas para acompanhamento das gestantes (coeficiente de regressão-β=64,92; IC95%: 34,33 a 95,51), no número de crianças amamentadas até os dois anos (β=10,62; IC95%: 5,01 a 16,23) e no número de crianças com vacinação atualizada (β=3 0,33; IC95%: 8,61 a 52,04), mas houve redução no número de ações educativas voltadas para as gestantes (β= -3,25; IC95%: - 5,94 a -0,56). Em Guimarães, todos os indicadores apresentaram coeficientes negativos, indicando uma redução das ações no período estudado. Manuscrito 2 (será submetido na Plos One). Neste estudo com metodologia qualitativa, as percepções dos profissionais sobre a efetividade da intervenção foram agrupadas em três categorias de análises: i) A intervenção como uma ferramenta de empoderamento dos ACS; ii) A intervenção como estratégia de modificação de práticas laborais dos ACS; e iii) Os caminhos metodológicos e o valor da intervenção. Os ACS relataram maior autonomia e segurança para discutir direitos com as usuárias; mudanças na frequência de visita às comunidades e na estratégia de trabalho; e consolidação dos vínculos com a comunidade. A intervenção foi avaliada de modo muito positivo, mas um grande desafio foi o deslocamento dos profissionais para as atividades do curso e laborais, bem como aspectos fora de sua governabilidade que poderiam melhorar os resultados, como trabalho em equipe, infraestrutura e outros. Manuscrito 3 (aceito no periódico Pesquisa Brasileira de Odontopediatria e Clínica Integrada - PBOCI). Neste trabalho, intitulado Perception of Family Health Strategy workers on oral health care provided to women and children in the first 1,000 days, houve o emprego de metodologia qualitativa e emergiram duas categorias: i) Cuidados odontológicos para gestantes e crianças nos primeiros 1.000 dias de vida: contradições entre o pensar (mitos/crenças) e o fazer; ii) Educação em saúde bucal nos primeiros 1.000 dias de vida. Na primeira, os profissionais mencionaram barreiras no acesso ao atendimento odontológico devido a mitos sobre a possibilidade de tratamento, que não se restringiam ao conhecimento dos usuários, mas incluíam o dos profissionais de saúde. Na segunda, os participantes mencionaram problemas de educação em saúde em que a comunidade não ouve ou não entende os profissionais. Assim, identificamos que há uma falha na educação continuada dos profissionais em relação à saúde bucal nos primeiros 1.000 dias de vida, em especial, no que se refere aos cuidados odontológicos durante a gestação. Os profissionais ainda não conseguem fazer com que a população reconheça o atendimento odontológico como um direito à saúde. Considerações finais: A intervenção educativa contribuiu na melhoria dos cuidados de saúde materna e infantil durante os mil dias de vida, fortalecendo a ideia de que estratégias educacionais bem planejadas, alinhadas às realidades locais e aos princípios da APS são potenciais instrumentos para transformar práticas profissionais e empoderar comunidades na busca por seus direitos. Os efeitos da intervenção em indicadores de saúde da mulher e da criança persistiram mesmo 12 meses após o término das ações. Todavia, a intervenção não impactou vários aspectos cruciais nos 1000 dias, como aleitamento materno exclusivo, consultas e exames, fora da governabilidade do ACS. Recomenda-se a implementação desta ação educacional no plano de capacitação permanente de profissionais da APS, com ênfase nos ACS.", publisher = {Universidade Federal do Maranhão}, scholl = {PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA/CCBS}, note = {DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA/CCBS} }