@MASTERSTHESIS{ 2024:1512644205, title = {Leishmaniose Tegumentar: aspectos clínicos, epidemiológicos e análise espacial no estado do Maranhão (2011 a 2022)}, year = {2024}, url = "https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/tede/5506", abstract = "A Leishmaniose Tegumentar (LT) constitui-se uma doença reemergente e negligenciada, com novos surtos relatados em todo o mundo, configurando um crescente problema de saúde pública com repercussão nos setores econômicos e sociais devido à sua escala e consequências na saúde humana. Nesse sentido, objetivou-se analisar os aspectos clínico-epidemiológicos e a distribuição espacial da LT no estado do Maranhão no período de 2011 a 2022. Trata-se de um estudo ecológico e de séries temporais, com dados fornecidos pela Secretaria Estadual da Saúde do Estado do Maranhão, contidos no Sistema Nacional de Agravos de Notificação, por meio da Superintendência de Epidemiologia e Controle de Doenças. Realizou-se a análise descritiva das características sociodemográficas e clínico-epidemiológicas dos casos notificados. Para identificação dos fatores associados à forma clínica mucosa, foram utilizados modelos de regressão logística simples e múltiplas e razões de chances (odds ratio) por meio do software Statistical Package for Social Sciences, considerando 5% de significância. Foram determinadas as taxas de incidência para cada ano e município das Unidades Regionais de Saúde, e posteriormente efetuou-se a análise de tendência, por meio da regressão de Prais-Winsten. As taxas de incidência foram distribuídas e representadas espacialmente em mapas, produzidos no software Qgis versão 3.22.3. Para analisar a dependência espacial dos dados, foi utilizado análise de Moran Global e Moran Local utilizando o software GeoDa versão 1.22. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo seres humanos da Universidade Federal do Maranhão. Foram notificados 20.804 casos, sendo 16.468 novos e 156 descartados por mudança de diagnóstico, totalizando 16.312 notificações válidas. A doença afetou principalmente o gênero masculino (70,75%), pardos (71,62%), idade entre 20 a 59 anos (63,97%), residentes na zona rural (58,55%) e com baixa escolaridade - analfabetos ou com ensino fundamental incompleto (47,58%). A forma clínica mais comum foi a cutânea (96,80%), diagnosticada em 77,69% dos casos por critérios laboratoriais. A minoria dos casos (0,95%) apresentou coinfecção por HIV, 78,07% dos pacientes evoluíram para cura, enquanto apenas 0,05% resultaram em óbito por LT, sendo que nos demais, este foi atribuído a outras causas. Na análise univariada de regressão logística dos casos na forma mucosa, apenas a zona de residência e o resultado do laboratório parasitológico não mostraram associação significativa. No entanto, na análise multivariada, a idade entre 31 e 45 anos, idade entre 46 e 60 anos, sexo masculino, coinfecção com HIV e laboratório histopatológico positivo e compatível mostraram associações estatisticamente significativas com a forma mucosa da doença, indicando serem fatores de risco para esta apresentação clínica. A investigação da distribuição geográfica revelou uma tendência decrescente na incidência ao longo dos anos, sem que qualquer município apresentasse tendência de crescimento. A análise de clusters de risco alto-alto identificou padrões de agrupamento espacial dos casos em diferentes períodos, destacando áreas de maior vulnerabilidade ao oeste e norte maranhense. Diante desses achados são necessárias estratégias abrangentes que incluam o reforço da vigilância epidemiológica para identificação precoce de casos em zonas de alto risco, educação comunitária para prevenção e sensibilização, medidas rigorosas de controle de vetores, como o uso de inseticidas e gestão ambiental, e a garantia de acesso a diagnóstico e tratamento eficazes, priorizando os mais suscetíveis à forma mucosa da doença.", publisher = {Universidade Federal do Maranhão}, scholl = {PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE E TECNOLOGIA}, note = {DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM/CCBS} }