@MASTERSTHESIS{ 2023:40123867, title = {Segurança da Fluoretação da água: meta-análises do efeito do flúor no nível recomendado para a prevenção da cárie no quociente de inteligência e hipotireoidismo}, year = {2023}, url = "https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/tede/5392", abstract = "Recomenda-se uma concentração de flúor na água de abastecimento entre 0,5 e 1,0 mg/l, de modo a maximizar seus efeitos na prevenção da cárie dentária. A Organização Mundial de Saúde tem como valor de referência a concentração de até 1,5 mg/l. Por outro lado, sua presença em concentrações acima deste valor acarreta o aumento do risco de fluorose dentária. A segurança da fluoretação da água de abastecimento continua sendo objeto de questionamento por segmentos da sociedade que são contrários à esta medida de saúde pública, com uma ampla e heterogênea literatura científica que examina os potenciais efeitos adversos sistêmicos do flúor na água potável, apesar das evidências que suportam sua implementação como medida de saúde pública. Nesse sentido, estudos prévios examinaram a associação entre o flúor e efeitos sistêmicos, como hipotireoidismo e inteligência. Estudos mais recentes postularam que o flúor, quando presente em níveis elevados na água de abastecimento ou associado à outras formas, pode afetar o funcionamento adequado da tireoide. Além disso, alguns estudos têm levantado a hipótese de que a exposição aos fluoretos nos primeiros anos de vida resultaria em alterações no sistema nervoso central, podendo levar a prejuízos cognitivos. A hipótese desta Tese é de que a exposição ao flúor na água de abastecimento nos níveis recomendados para a prevenção da cárie não está associada com pior desempenho em testes de QI ou com hipotireoidismo primário ou subclínico. O CAPÍTULO I desta tese é o manuscrito original 1 “Community Water Fluoridation and intelligence quotient: Systematic review and meta-analysis of observational studies”, cujo objetivo é avaliar a evidência da associação entre exposição ao flúor na água de abastecimento e inteligência. O CAPÍTULO II desta tese é o manuscrito original 2 “Community water fluoridation and hypothyroidism: systematic review and meta-analysis of observational studies”, que teve como objetivo avaliar a associação entre exposição à água fluoretada e hipotireoidismo, por meio de revisão sistemática e meta-análise de estudos observacionais. Para ambos os estudos, foi realizada revisão sistemática e meta análise, considerando apenas os estudos observacionais realizados com concentrações de flúor dentro de um nível recomendado para a prevenção da cárie (entre 0,4 e 1,5 mg/l de flúor). Não foram encontrados estudos experimentais comunitários e ensaios clínicos randomizados na busca. A busca na literatura foi conduzida entre maio/2022 e junho/2022 sem restrição da idade dos participantes, tempo de publicação ou idioma. Foram utilizadas as bases de dados indexadas PubMed/Medline, Embase, Scopus, Web of Science e listas de referências dos artigos incluídos. A qualidade metodológica dos estudos selecionados foi avaliada pela lista de verificação crítica do Instituto Joanna Briggs (JBI). Meta-análise com modelos de efeitos aleatórios foi utilizada para síntese dos dados quantitativos, estimando-se os coeficientes de regressão linear beta e diferenças médias padronizadas (SMDs) agrupados das pontuações de QI em relação a fluoretação da água de abastecimento público, e Odds Ratios (OR) agrupadas da exposição à fluoretação da água de abastecimento público e hipotireoidismo primário ou subclínico. Como resultados do manuscrito 1, três estudos (N = 1947 crianças) foram incluídos na meta-análise do coeficiente de regressão linear com betas ajustados. Na análise agrupada, não houve associação entre a exposição ao flúor na água de abastecimento e QI, para um coeficiente de regressão linear β de 1.01 (95% CI: = -0.80 a 2.82). Duas meta-análises de diferenças médias padronizadas com medidas brutas (uma somente com estudos transversais e outra somente com estudos longitudinais) foram realizadas para agregar um maior número de estudos que possuíam somente valores brutos das médias e os respectivos desvios-padrão das pontuações de QI. A exposição ao fluoreto não mostrou diferença nas pontuações médias de QI comparados com o grupo não exposto (SMD agrupado: -0.25; 95% CI: -0.64 a 0.14) para meta-análise com quatro estudos transversais (N= 889 crianças) e para meta-análise com três estudos longitudinais (SMDs = -0.05; 95% CI = -0.18 a 0.07) (N = 1750 crianças), respectivamente, reforçando a segurança da utilização de flúor na água de abastecimento público em relação à inteligência mensurada pelo QI. Como resultados do manuscrito 2, três estudos observacionais transversais (N=2332 participantes) foram incluídos na revisão sistemática e meta-análise. A heterogeneidade entre os estudos foi alta (P=0,031, I²=71,1%). Não se observou associação significativa entre a exposição ao flúor na água de abastecimento e o hipotireoidismo (OR agrupado: 1,40; IC 95%: 0,84 a 2,35), mostrando que as evidências existentes não suportam uma associação entre fluoretação da água e hipotireoidismo. Em síntese, os resultados das pesquisas desta tese mostraram que a exposição ao flúor na água em níveis usados para prevenção de cárie (intervalo entre 0,4 e 1,5 mg/l de flúor) não foi associado com menor inteligência, medida por pontuações de teste de QI, nem ao hipotireoidismo, porém a evidência disponível ainda é insuficiente, portanto, mais estudos primários de qualidade são necessários para confirmar se fluoretação está associada com hipotireoidismo ou não. Assim, é possível afirmar que, a síntese das evidências disponíveis permite recomendar que a fluoretação da água segue como medida segura para a prevenção da cárie dentária.", publisher = {Universidade Federal do Maranhão}, scholl = {PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA/CCBS}, note = {DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA I/CCBS} }