@MASTERSTHESIS{ 2024:151960206, title = {O MARANHÃO EM HAICAI: Canto de Sabiá, de Benedita Azevedo}, year = {2024}, url = "https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/tede/5332", abstract = "Esta pesquisa se propôs a investigar, como objetivo geral, tomando a ressonância do haicai como método e partindo de uma abordagem histórico-cultural, se a autora, Benedita Azevedo, elabora a forma poética de sua escritura sob a influência do haicai tradicional – ao tratar de elementos próprios à cultura maranhense e consequentemente brasileira, identificando os traços significativos e relevantes que se estabelecem no terreno da criação e da intertextualidade no produto final de sua poesia. E, como objetivos específicos: 1) compreender a estética de criação literária do Ocidente e do Oriente, com o intuito de fazer uma espécie de aproximação e distanciamento interculturais e literários dos dois mundos, especificamente da poesia; 2) expressar como o haicai chegou ao Brasil e como essa forma poética foi recepcionada em solo brasileiro, e, também, traçar a importância dos Grêmios de Haicai na atualidade (especificamente o Sabiá e Águas de Março) para a divulgação desta forma poética que ganha a cada dia mais espaço na Literatura Brasileira; 3) analisar os poemas da obra Canto de Sabiá (2006) por meio das peculiaridades próprias do haicai clássico, sem rimas, sem títulos e com kigo brasileiros, referentes a cada estação e discutir a concepção de sujeito leitor, partindo de uma pretensa ideia de que a leitura do haicai é uma negociação de sentido, e nessa esteira recorremos à Teoria do Efeito Estético, de Iser (1996; 1999). A perspectiva crítico-reflexiva de construção do saber é aquela em que existe espaço para o questionamento e a reflexão sobre o ordenamento das coisas, o que viabiliza a construção de sentidos e significados. Diante disso, guiamo-nos pela pergunta norteadora: Benedita Azevedo ressignifica tal forma poética dentro de sua própria cultura? Para tanto, identificou-se as características das estações do ano no cenário brasileiro por meio da kigologia de Goga e Oda (1996), como possível resposta para nosso problema, numa análise dos poemas na escritura Canto de Sabiá. O procedimento metodológico empregado neste trabalho, para chegar aos objetivos propostos, consistiu em revisão bibliográfica: artigos, livros, revistas e sites com relação à temática proposta; dessa forma, está ligado ao paradigma qualitativo de pesquisa, e consistiu em analisar 20 haicais da já mencionada obra, divididos nas quatro estações do ano: a primavera, o verão, o outono e o inverno, e em temáticas regulares, como vivência, fauna, flora, época e região. Assim, situamos nossa discussão em diversos autores que tratam desse tema: acerca do mundo ocidental e oriental voltado à poesia, ancoramo-nos em Miner (1996), Paz (2012; 2015). Acerca da teorização do haicai, embasamo-nos em Cunha (2019); Franchetti (2012); Iura (2021); Lira (2018; 2020), entre outros. Quanto à negociação de sentido entre autor e leitor no haicai, firmamo-nos em Iser (1996; 1999); Goga (2008); Lira (2006) e outros. Os resultados apontaram a historiografia de alguns haicaístas maranhenses em confluência com a análise da obra Canto de Sabiá. O que se verificou, no contexto da obra de Benedita Azevedo, é que ela tenha se encantado pela literatura japonesa, o haicai, por ser, justamente, poesia que preza pela simplicidade e desvela um universo imagético. No desenvolvimento da escritura da dissertação, buscou-se dirimir o entendimento do que é haicai e a falta de teoria sobre ele no Maranhão, estabelecendo-se um trabalho contextualizado do texto literário, desenvolvido a partir da mediação da história e do texto Canto de Sabiá. Portanto, concluímos que os elementos da natureza que são utilizados pela haijin, segundo os poemas que analisamos, apontam para a existência de hibridismos culturais tanto na natureza do poema, que deixa de pertencer a apenas uma cultura, bem como na identidade cultural da autora em questão, que se desloca de um conjunto de gêneros literários já cristalizados em sua cultura para produzir, segundo as suas vivências, uma forma poética distinta daquelas que tinha à sua disposição, muitas vezes retomando ao seu lugar de origem por meio desses elementos da natureza, os kigo. Cabe ressaltar também a ênfase dada ao sujeito leitor como participante ativo do processo de criação de sentidos para o texto literário, para o haicai.", publisher = {Universidade Federal do Maranhão}, scholl = {PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS - Campus Bacabal}, note = {DEPARTAMENTO DE LETRAS/CCH} }