@MASTERSTHESIS{ 2024:1844049298, title = {Vida, morte e as memórias no quilombo Santa Rosa dos Pretos}, year = {2024}, url = "https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/tede/5331", abstract = "Esta pesquisa está situada no campo da Análise de Discurso materialista investiga os efeitos de sentido de quilombo, vida e morte que perpassam as narrativas de uma comunidade quilombola. Dessa forma mobilizamos conceitos da Análise de Discurso uma vez que buscamos pensar vida e morte, enquanto efeitos de sentido que se constituem numa relação com a memória discursiva dos moradores do Quilombo Santa Rosa dos Pretos, no município de Itapecuru-Mirim, no Maranhão, buscando, dentre outros, analisar quais regiões da memória que os sustentam. Trata se de uma investigação, cujo corpus se constitui a partir de depoimentos dos quilombolas apresentados no documentário O mundo preto tem mais vida (2018). Neste sentido, essa pesquisa analisa os efeitos de denúncia formulados no documentário em torno dos conflitos enfrentados pela comunidade frente aos ataques do Estado e da iniciativa privada. Ao ponto de identificarmos o modo como tais efeitos se projetam, partimos dos seguintes questionamentos: De que modo os sentidos de quilombo, vida e morte são projetados e perpassam a memória discursiva da comunidade quilombola Santa Rosa dos Pretos? Tais narrativas possuem relação com um conflito pela manutenção de suas terras, contra as imposições em relação ao uso do território pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT), que tem progredido no processo de duplicação da BR 135, visando o escoamento de commodities, e da empresa Vale S.A., envolvendo também a duplicação das ferrovias que possibilitam o escoamento do minério de ferro extraído das minas de Carajás e do ferro produzido em uma nova mina no Pará, ambas administradas pela Vale S.A. Tanto a rodovia quanto as estradas de ferro cortam o território do quilombo e jogam contra a titulação das terras. Sob o impacto desse acontecimento, pretendemos apreender quais efeitos de sentido se projetam nos enunciados sobre “vida” e “morte” nos dizeres dos quilombolas e quais memórias sustentam esses dizeres. Partimos da hipótese de que há um processo de deslocamento de sentidos de “vida” como uma continuidade no tempo (morre o corpo físico e a vida continua como outra forma de existir), e, por outro lado, os sentidos de “morte” se constituem numa dualidade: uma morte branca onde não existe vida (como um projeto do capitalismo contra seu modo de vida e sua existência que resiste nas terras do Quilombo, matando a natureza que o sustenta) e uma morte preta como passagem para outra forma de existência. Assim, discute-se nesta pesquisa os sentidos de “vida” e “morte” ditos pelos quilombolas, em um contexto de violência do Estado (Mbembe;2014;2016] do neoliberalismo, de luta pela manutenção do território e de sobrevivência física, cultural-espiritual. Ao tempo em que se busca também denunciar o projeto racista e predatório presente no conflito com o DNIT e com a Vale, propõe-se a uma reflexão sobre a realidade histórica da comunidade e a exclusão social que os quilombolas enfrentam ainda hoje no Brasil.", publisher = {Universidade Federal do Maranhão}, scholl = {PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS - Campus Bacabal}, note = {DEPARTAMENTO DE LETRAS/CCH} }