@MASTERSTHESIS{ 2019:34480604, title = {TORNAR-SE MÃE NO CONTEXTO DA VIOLÊNCIA SEXUAL: Uma pesquisa em Psicanálise}, year = {2019}, url = "https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/tede/4303", abstract = "A violência sexual é considerada uma questão de saúde pública desde 2002 no Brasil, tanto pela alta incidência quanto pelos agravos que acarreta a saúde. A gestação não planejada é a terceira mais prevalente consequência do estupro, ocorrendo com maior frequência entre crianças e adolescentes. Diante da gravidez decorrente de violência sexual, são dadas três possibilidades à mulher: a interrupção legal da gestação; manter a gestação e inserir a criança na família; ou manter a gestação e encaminhar a criança aos serviços de acolhimento. A escolha por manter a gestação e tornar-se mãe deste bebê é determinada por vários fatores, ocorrendo de forma singular a cada mulher. A gestação é algo que implica, mas não determina a maternidade. Com base no desenvolvimento teórico de Freud e Lacan, temos que a maternidade é atravessada por questões imaginárias e simbólicas, sendo construída não a partir do momento em que a mulher se vê grávida, mas num período anterior, referente à constituição da sexualidade feminina. Consideramos esta pesquisa relevante por propor um diálogo entre a Psicanálise e a Saúde Pública. A investigação tem como objetivo principal discutir a escolha de ser mãe a partir da perspectiva de mulheres com gestação decorrente de violência sexual. Como objetivos específicos, buscamos identificar: fatores que contribuem para a escolha de ficar com a criança pela mulher com gestação decorrente de violência sexual; e a noção de maternidade para essa mulher. Para essa discussão, foi realizada uma pesquisa empírica pautada na Psicanálise. A coleta de dados foi feita por meio de roteiro de entrevista semiestruturado e de observação participante. Destaca-se que, na pesquisa em Psicanálise, a construção do conhecimento se dá por meio da indissociabilidade entre teoria, prática e pesquisa, sem o objetivo de inferir generalizações ou encerrar as questões quanto ao tema abordado, mas estabelecer algumas articulações de modo a levar em conta a singularidade de cada caso. O estudo foi realizado de acordo com o que é preconizado pelas Resoluções 466/2012 e 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde. Assim, no primeiro capítulo realizamos uma contextualização sobre a violência sexual e a gravidez dela decorrente enquanto um problema de saúde pública e uma violação dos direitos humanos. No segundo capítulo, através do trabalho com textos de Freud e Lacan, assim como de artigos de psicanalistas contemporâneos, traçamos algumas considerações acerca da questão da violência sexual, partindo da articulação entre os conceitos de agressividade e violência. Discutimos a constituição da feminilidade, a escolha de tornar-se mãe e da constituição da maternidade e finalizamos o capítulo trazendo articulações acerca da maternidade na adolescência. No terceiro capítulo, apresentamos o método desenvolvido na pesquisa, abordando o tipo de estudo, a delimitação dos participantes e amostra, o cenário onde a pesquisa ocorreu, as técnicas e instrumentos utilizados na coleta de dados, os aspectos éticos preconizados, os procedimentos adotados na realização do estudo e a análise de dados. No quarto capítulo, expomos e discutimos os resultados encontrados, fazendo, inicialmente, uma caracterização das participantes do estudo e posteriormente esboçando articulações sobre a maternidade para cada uma delas. No intuito de encerrar este trabalho, no quinto capítulo traçamos algumas considerações através da discussão de questões que permeiam a constituição da maternidade no contexto da violência sexual a partir da descoberta da gravidez decorrente de uma violência e da escolha por manter a gestação e se ocupar do bebê daí proveniente.", publisher = {Universidade Federal do Maranhão}, scholl = {PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA/CCH}, note = {DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA/CCH} }