@MASTERSTHESIS{ 2021:593159362, title = {Metáforas do babaçu: conceptualizações metafóricas sobre o extrativismo do babaçu em cânticos}, year = {2021}, url = "https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/tede/4157", abstract = "A metáfora configura-se como elemento bastante presente na nossa forma de conceptualizar o mundo, uma vez que abarca nossas experiências corpóreas, sociais e culturais, orientando e revelando o modo como compreendemos a realidade que nos cerca (LAKOFF E JOHNSON, 1980). Por assim considerar, o problema que norteia essa análise é saber como é conceptualizado, discursivo e sociocognitivamente, o babaçu/o extrativismo do babaçu nos cantos musicais do grupo de mulheres As Encantadeiras? Para respondê-lo, propomo-nos a analisar as conceptualizações metafóricas sobre o babaçu à luz da Linguística Cognitiva em perspectiva com o discurso. Nesse arcabouço teórico, situamo-nos, especificamente, na Teoria da Metáfora Conceptual em Lakoff e Johnson (1980; 1999) e, devido à natureza cognitivo discursiva desta análise, em Fillmore (2006) Kövecses (2002, 2010), Vereza (2004; 2010) e Cameron e Deignan (2006), bem como nos postulados de Foucault (1969[2004]) e Pêcheux (1995; 1997; 1988) sobre discurso e formações discursivas dentro da Análise do Discurso Francesa. Como metodologia, utilizamos a pesquisa bibliográfica de caráter descritivo exploratório. O corpus de pesquisa consiste na análise de dez cânticos do grupo musical As Encantadeiras. O método de análise adotado para tratamento dos dados consiste no método da leitura (SARDINHA, 2007) e de coleta manual dos dados. Como resultados, pudemos identificar a presença, quase que majoritária de metáforas classificadas como de personificação, como: PALMEIRA É UMA PESSOA, PALMEIRA É UMA MÃE e PALMEIRA É UMA VÍTIMA, referentes ao frame FAMÍLIA a partir da atribuição de traços físicos humanos como alguém que sangra, que tem filhos, que é responsável pelo sustento familiar etc. Identificamos ainda, a presença da metáfora BABAÇU É FONTE DE RENDA, que implica no reconhecimento da situação social das quebradeiras de coco, enquanto símbolo econômico para esse grupo de mulheres, muitas vezes, a única fonte de renda. Quanto à metáfora BABAÇU É GUERRA, identificada em nossos dados, a sua emergência fundamenta-se muito nas condições de produção desse discurso, o contexto sócio-histórico no qual as quebradeiras se inserem, como os acontecimentos sociais ocorridos na década de 80 e 90. Nesse sentido, pudemos observar que as formações discursivas presentes nos cantos revelam a regularidade do discurso adotado, embasando as metáforas e frames emergentes no discurso. Além disso, faz-se bastante presente nos cantos a adoção de certas formações discursivas, como a religiosa, possível se ser observada pela metáfora conceptual PALMEIRA É UMA SANTA, revelando aspectos específicos de devoção, crença à palmeira do babaçu, sempre ancorados no viés histórico e social das quebradeiras de coco. Concluímos, finalmente, que a compreensão da natureza conceptual do babaçu através de suas manifestações linguísticas e discursivas permitiram a nós notar o quanto os aspectos sociocognitivos fundamentam visões de mundo e expectativas. Por esta razão, o babaçu/palmeira não constitui uma “entidade” única, quando referente à metáfora conceptual ontológica: de mãe, santa, vítima e etc., já que tomá-lo de uma maneira ou de outra implica na adoção de certas posições sócio subjetivas, construídas metaforicamente sob uma base cultural e linguística.", publisher = {Universidade Federal do Maranhão}, scholl = {PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS - Campus Bacabal}, note = {DEPARTAMENTO DE LETRAS/CCH} }