@MASTERSTHESIS{ 2020:2018119871, title = {As experiências de sujeitos escravizados na Vila São Sebastião do Maraú: província da Bahia no século XIX.}, year = {2020}, url = "https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/tede/4085", abstract = "O Sul da Província da Bahia foi sempre estigmatizado por concentrar uma baixa densidade demográfica e por não ter sido um dos grandes centros agroexportadores no século XIX. Essas características “negativas” cristalizaram a ideia de que as vilas do Sul não desempenharam nenhum papel de relevância no cenário baiano antes da expansão da lavoura cacaueira na região no século XX. Ao deslindar as especificidades da vila de São Sebastião do Maraú, percebe-se que na realidade as vilas do Sul representaram muito no cenário baiano, pois coube a elas e a outras localidades da província a tarefa de abastecer Salvador e seu Recôncavo com uma variedade de alimentos, dos quais o mais importante foi a farinha de mandioca. Em torno dessa agricultura de abastecimento, desenvolveu-se uma sociedade que fez largo uso da mão-de-obra de escravizados e seus descendentes e que reproduziu, em escala microscópica, práticas do escravismo brasileiro. Homens e mulheres escravizados, livres e libertos construíram relações de solidariedade, parentesco, deferência e decerto que de conflito, velado ou explícito. O XIX foi palco da desagregação do sistema escravista, a instituição perdia cada vez mais apoio e sucumbia às investidas dos escravizados e do movimento abolicionista que se tornava cada vez maior. A Lei do Ventre Livre, promulgada em 1871, deu novas oportunidades de liberdade e de contestação aos escravizados, que passaram a se valer de seus dispositivos no enfrentamento às durezas da escravidão. Os escravizados de Maraú souberam, de maneira arguta, observar as transformações do escravismo brasileiro na segunda metade dos Oitocentos, ao perceberem tais transformações, elaboraram projetos de liberdade coletiva ou individual. Para os escravizados, ao que parece, a liberdade foi um projeto coletivo, que integrava toda a sua parentela consanguínea e quando possível a espiritual. Destarte, a família representou para os escravizados um porto seguro e local de solidariedade e afeto. Tais percepções se tornam possíveis ao fazermos uso de uma documentação variada e de uma metodologia baseada na microanálise, que tornou possível a percepção de realidades que poderiam ser negligenciadas por outras abordagens. A partir de um tratamento quantitativo e qualitativo, buscamos descortinas as experiências de indivíduos que reduzidos a escravidão, bradaram por autonomias e liberdade.", publisher = {Universidade Federal do Maranhão}, scholl = {PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA/CCH}, note = {DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA/CCH} }