@PHDTHESIS{ 2021:1382728661, title = {Efeito do tempo de início e de exposição ao contato pele-a-pele sobre resultados Neonatais}, year = {2021}, url = "https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/tede/3807", abstract = "Recém-nascidos (RN) de baixo peso ao nascer estão associados a um alto risco de morbimortalidade no período neonatal. O contato pele-a-pele (CPP), uma importante diretriz do Método Canguru, tem se demonstrado efetivo em promover desfechos positivos nessa população, no entanto, o tempo de início e de exposição necessários para alcançar esses resultados ainda é carente de maiores investigações. Pretende-se investigar o papel do CPP na contribuição para se observar efeitos protetivos sobre o óbito e aleitamento materno exclusivo (AME) nessa população, dentro de unidades neonatais brasileiras, bem como observar como essa prática tem sido efetivamente realizada nesses serviços de saúde. Método: estudo multicêntrico de coorte prospectivo, sobre início e duração do CPP em RN com peso até 1.800 gramas, nascidos e internados em cinco centros de saúde brasileiros, no período de maio/2018 a março/2020. Foram excluídos óbitos na primeira semana de vida, RN com malformações, com asfixia perinatal ou qualquer outra condição que não permitisse a realização do CPP. O CPP foi registrado por meio de ficha individual, preenchida pela equipe de saúde e pela família do neonato enquanto da sua internação hospitalar. Dados maternos e dos RN foram obtidos através de questionários com as mães e pelos prontuários de ambos. Foi utilizado um método de aprendizado de máquina, a árvore de classificação (AC), para a análise dos dados. O algoritmo gerado por essa árvore identifica, por meio de testes estatísticos, qual conjunto de variáveis melhor explica o resultado proposto, bem como seleciona pontos de corte nas variáveis contínuas que permanecem associadas com o desfecho. Resultados: um total de 405 díades (mãe/filho) participaram do estudo. A mediana de idade gestacional e peso ao nascer dos RN foram de 31,4 (33,3 – 29,1) semanas e 1.369,7 (1.605– 1.164) gramas, respectivamente. A mediana de tempo para realizar o primeiro CPP foi de 5 (4-8) dias, para a duração do contato foi de 147 (106,7-263) minutos/dia, cerca de duas horas e meia, e a frequência de 1,5 (2.45 – 1.2) vezes por dia. As mães eram, em maior proporção, adultas jovens com 20-34 anos (63,5%), tinham companheiro (82,1%) e a via de parto realizada foi a cesárea (66,7%). Durante todo período da internação do RN, as mães realizaram CPP mais prolongado, mediana de 2.496 (6.557,5-1.172,5) minutos que os pais 35 (370 – 0) minutos. A taxa de óbito tardio (após 7 dias de vida) dos RN foi de 4%, sendo a mediana do escore de gravidade (SNAPPE-II) da admissão de 5(0-15) pontos. A taxa do AME à alta hospitalar foi de 61,6% (excluindo-se todos os óbitos). Após análise pela AC, nenhuma das variáveis maternas permaneceu associada aos desfechos em estudo. Com relação ao desfecho óbito, identificou-se associação significativa com a realização do primeiro CPP após 206h de vida (cerca de 8 dias) (p=0,02). Apesar de não se observar associação entre a duração do CPP/dia e o óbito (p=0,09), essa ocorrência foi menor no grupo que realizou maior tempo que 146,9 minutos/dia (3;1,5%) que no grupo que realizou por menor tempo (13;6,4%), ou seja, o número de óbitos foi 4 vezes maior em quem fez pouco tempo de CPP. Outras variáveis identificadas pela AC associadas a esse desfecho foram: presença de infecção precoce e tardia. Para o grupo que fez maior tempo de CPP e não teve infecção precoce, a probabilidade do óbito foi zero. Também teve probabilidade zero de óbito, o grupo que, mesmo tendo realizado menor tempo de CPP, não evoluiu com infecção tardia. Com relação ao desfecho AME, houve forte associação com a duração do CPP superior a 149,6 minutos/dia em pré-termo com peso ao nascer entre 1.125 gramas e 1.655 gramas (p<0,001), especialmente naqueles com escore de gravidade zero à admissão (83,6% de AME). No entanto, independente do escore SNAPPE-II, a variável CPP/dia surge no modelo explicativo da AC, juntamente com o peso ao nascer, como as de maior força de associação com o resultado do AME à alta hospitalar. Conclusão: Nas unidades avaliadas, o CPP é praticado como rotina de atendimento, de forma intermitente, em torno de uma vez e meia por dia, predominantemente pelas mães. Este estudo fortalece o papel do CPP em contribuir para resultados neonatais positivos, tornando-o relevante como boa prática de cuidado nas Unidades Neonatais. Recomenda-se que o primeiro CPP seja realizado de forma precoce, não ultrapassando o tempo de oito dias de vida do RN e um tempo diário maior que 146,9 min/dia, em conjunto com o controle de infecções precoces e tardias, para a proteção do óbito neonatal. Também é recomendado realizar o CPP em tempo maior que 149,6 min/dia para a promoção do AME à alta hospitalar.", publisher = {Universidade Federal do Maranhão}, scholl = {PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA/CCBS}, note = {DEPARTAMENTO DE MEDICINA III/CCBS} }