@MASTERSTHESIS{ 2021:1691716757, title = {“Assédio nosso de cada dia”: análise do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão a partir das relações de gênero no trabalho}, year = {2021}, url = "https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/tede/3791", abstract = "O assédio nas relações de trabalho das mulheres é objeto de estudo desta dissertação, que o aborda enquanto violência no e pelo trabalho, sob forte influência das desigualdades de gênero. A pesquisa foi realizada com trabalhadoras do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA), visando identificar as configurações do assédio vivenciado pelas mesmas no ambiente de trabalho, suas implicações, bem como as formas de enfrentamento a essa violência, tanto pelas vítimas quanto pela instituição. Assim, o percurso metodológico foi orientado pelo método materialista histórico dialético, como base de investigação e análise, sendo identificadas como categorias centrais: trabalho, gênero, violência e assédio. A investigação possui caráter predominantemente qualitativo, embora possua também fonte de dados quantitativos, sendo constituída por meio de pesquisa bibliográfica e documental que subsidiaram a análise dos dados obtidos na pesquisa de campo, sendo esta realizada mediante aplicação de questionários online com a contribuição de 190 servidoras de 28 campus e da reitoria. Com base na fundamentação teórica, identificou-se o assédio como reconfiguração da violência no trabalho, visto que, mecanismos de violência são utilizados contra trabalhadores/as desde os tempos mais remotos. Ocorre que, o sistema capitalista, sob a atual orientação neoliberal, adota estratégias de gestão do trabalho que fomentam disputas, conflitos, competitividade, individualismo, luta por lugares e consequente fragilização dos vínculos entre trabalhadores/as. Tal fato é ratificado pelos dados da pesquisa quando revelam o assédio moral como predominante, sendo praticado majoritariamente por homens, causando implicações para a saúde física e mental das vítimas, não raro, irreversíveis. Foram observados entraves para o enfrentamento do assédio por parte das trabalhadoras que, em sua maioria, não conseguem formalizar a denúncia, mas também por parte da instituição, que possui iniciativas consideradas tímidas diante da gravidade de tal violência. Ressalta-se ainda que, não obstante haja jurisprudência e alguns dispositivos legais contra o assédio, o Brasil ainda não possui legislação específica para o enfrentamento dessa violência, com exceção do assédio sexual – inserido de forma breve no Código Penal Brasileiro. A reestruturação produtiva, sob o viés neoliberal da flexibilização, somada à forte herança patriarcal que alimenta as desigualdades de gênero, impulsionam relações de trabalho inseguras e violentas, solo fértil para a prática dos assédios moral e sexual, sendo o Estado corresponsável pela sua existência e reprodução. Por essa razão, a presente pesquisa possui grande relevância não somente para o IFMA, mas também para os diversos sujeitos, instituições, organizações e movimentos que vivenciam a complexidade de tal violência atravessada pelas desigualdades de gênero, podendo contribuir para seu enfrentamento.", publisher = {Universidade Federal do Maranhão}, scholl = {PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM POLÍTICAS PÚBLICAS/CCSO}, note = {DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL/CCSO} }