@MASTERSTHESIS{ 2022:1633605624, title = {Filosofia, gênero e literatura no século XVIII: a figura feminina apresentada por Jean-Jacques Rousseau no romance filosófico Júlia ou A nova Heloísa}, year = {2022}, url = "https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/tede/3571", abstract = "A presente pesquisa tem como objetivo analisar a relação interdisciplinar entre Filosofia, Gênero e Literatura no século XVIII a partir da figura feminina apresentada por Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) no romance filosófico Júlia ou A nova Heloísa (1761). Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, exploratória e de caráter bibliográfico, desenvolvida metodologicamente a partir da análise teórica, abordagem crítico-reflexiva interdisciplinar e interpretação hermenêutica. A análise segue três eixos interpretativos: o primeiro se ocupa em identificar qual o espaço do feminino na sociedade e na literatura francesa do século XVIII pré revolução; o segundo investiga qual a função da figura feminina exercida por Júlia no Romance enciclopédico e o terceiro tem a função de examinar o discurso rousseauniano com base nas noções de natureza humana, virtude e função social que fundamentam a figura feminina na referida obra, assim como examinar a representação histórica e romanesca das mulheres a partir das noções de “Gênero” e “Sexo” trabalhadas no Século das Luzes. Constatamos que a obra propõe reflexões sobre a relação entre natureza, sociedade, moral e política a partir do drama burguês apresentado em uma coletânea de cartas, centrado no amor vivido por Júlia d'Etange, uma jovem de família aristocrata e seu preceptor, o humilde Saint-Preux e desaprovado pelo pai da moça, o Barão d’Etange, ambos personagens fictícios da pequena cidade de Clarens. Protagonistas de uma trama que confronta sentimento, razão e virtude, o casal de amantes do romance, revelam não só o retrato das paixões humanas, mas também, serão o quadro da própria sociedade idealizada por Rousseau, ao confluir conceitos e concepções elementares de seu pensamento. Com base na bibliografia sugerida, concluímos que Júlia é a peça fundamental no projeto pedagógico-político rousseauniano, cujo objetivo está, em primeiro plano, na catarse das paixões e desejos de uma sociedade corrompida, chegando até, em último plano, à elevação moral dos indivíduos – tanto dos personagens do romance, como principalmente dos leitores, que habituados a prazeres imediatos, ao passo que acostumam-se a contemplarem o exercício diário da virtude, passam a desejar assemelharem-se à Júlia e a serem mais virtuosos. Portanto, Júlia ou a nova Heloísa não é apenas um modelo moral que se limita a uma figura feminina virtuosa. Mas, em última análise, Júlia e a nova Heloísa, tratam de um modelo pedagógico político que visa uma nova organização política, assim como, na ordem epistemológica, objetiva reconciliar o conflito entre natureza e cultura.", publisher = {Universidade Federal do Maranhão}, scholl = {PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CULTURA E SOCIEDADE/CCH}, note = {DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA/CCH} }