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Tipo do documento: Dissertação
Título: Antônio Vieira versus Camaristas: conflitos e disputas pelo poder temporal dos indígenas (Maranhão, 1653-1661)
Título(s) alternativo(s): Antônio Vieira versus Chamberlains: conflicts and disputes over the temporal power of the indigenous people (Maranhão, 1653-1661)
Autor: SOUSA, Jane Cléa da Cunha 
Primeiro orientador: OLIVEIRA, Maria Izabel Barboza de Morais
Primeiro membro da banca: OLIVEIRA, Maria Izabel Barboza de Morais
Segundo membro da banca: CORRÊA, Helidacy Maria Muniz
Terceiro membro da banca: SIMÕES, Luiz Eduardo
Quarto membro da banca: CAMPOS, Marize Helena de
Resumo: Pretendemos analisar o conflito pelo poder temporal dos indígenas no Maranhão seiscentista entre os colonos, representados pelo corpo camarista, cujos integrantes eram denominados de “homens bons”, e a ordem religiosa Companhia de Jesus, representada pelo padre Antônio Vieira. O recorte temporal compreende o período de 1653 a 1661, que marca a vinda da terceira leva de missionários Jesuítas para o Estado do Maranhão, tendo o padre Antônio Vieira como seu superior, bem como o ano da expulsão dos Jesuítas. Esse período se apresenta como um dos mais tensos entre colonos e religiosos, devido à aplicação de duas principais leis; a de 1653, que obrigava a presença de religiosos no processo dos Descimentos, e a Lei de 9 de abril de 1655, esta concedeu o poder, tanto espiritual quanto temporal dos nativos, à Companhia de Jesus. Esta lei promoveu uma reviravolta no processo político-administrativo da Colônia, despertando o descontentamento dos camaristas. O aborrecimento desse grupo se intensifica com a implantação de uma Junta que visava fazer uma varredura na condição legal dos nativos pertencentes aos colonos. Para analisarmos tal conflito nos remeteremos às cartas de vereações, a exemplo da carta de 27 de abril de 1654, como também dos registros feitos no Livro de Acordãos da Câmara de São Luís, de 1649-1654, juntamente com a carta escrita por Vieira que relata o processo da Junta (1655), demonstrando como se dava a ação dos colonos para captura de nativos, o desprezo pelos indígenas ao não diferenciar os nativos livres dos que se encontravam no estado de cativos e o aliciamento constante por parte dos colonos em relação aos indígenas. As respostas de Vieira aos camaristas encontram-se nos textos que concebeu de 1654 a 1661, a exemplo dos sermões - Sermão de Santo Antônio aos peixes (1654), Sermão da Primeira Oitava (1656) e o Sermão da quarta dominga da quaresma (1660) - assim como das cartas dirigidas ao Senado da Câmara do Pará em 1661. O embate entre tais grupos levou ao processo de expulsão da Companhia de Jesus no ano de 1661, permitindo o retorno administrativo dos camaristas sobre os indígenas e a reorganização política-administrativa da colônia. Para promover a análise do discurso polêmico entre esses dois grupos (Jesuítas e camaristas), utilizaremos as concepções do dialogismo bakhtiniano. Mikhail Bakhtin estabelece que as relações dialógicas são relações sociais de valores que constituem um enunciado dotado de um discurso ideológico. Neste sentido, de acordo com o filósofo da linguagem russo, é preciso levar em conta quem escreve, para quem se dirige tal texto e em qual situação foi produzido para assim podermos compreender a intencionalidade do autor (BAKHTIN, 2011, pp. 307-308).
Abstract: We intend to analyze the conflict over the temporal power of the indigenous people in seventeenth century Maranhão between the colonists, represented by the Camarista body, whose members were called "good men," and the religious order, the Society of Jesus, represented by Father Antônio Vieira. The time frame encompasses the period from 1653 to 1661, which marks the arrival of the third wave of Jesuit missionaries to the state of Maranhão, with Father Antônio Vieira as their superior, as well as the year of the Jesuits' expulsion. This period is one of the most tense between colonists and religious leaders due to the application of two main laws: the 1653 law, which required the presence of religious leaders in the Descimentos process, and the April 9, 1655, law, which granted both spiritual and temporal power over the natives to the Society of Jesus. This law brought about a turnaround in the colony's political and administrative process, sparking the discontent of the Camaristas. This group's annoyance intensified with the establishment of a Junta (Board) aimed at examining the legal status of the natives belonging to the colonists. To analyze this conflict, we will refer to the council letters, such as the letter of April 27, 1654, as well as the records made in the Book of Agreements of the São Luís City Council, 1649-1654, along with the letter written by Vieira that recounts the Junta's proceedings (1655), demonstrating how the colonists' actions to capture natives took place, the contempt shown for the indigenous people by failing to differentiate between free natives and those in captivity, and the colonists' constant enticement of the indigenous people. Vieira's responses to the Camaristas are found in the texts he wrote between 1654 and 1661, such as his sermons—Sermão de Santo Antônio aos Peixes (1654), Sermão da Primeira Oitava (1656), and Sermão da Quatro Domingo da Lent (1660)—as well as in letters addressed to the Senate of the Pará Chamber in 1661. The clash between these groups led to the expulsion of the Society of Jesus in 1661, allowing the Camaristas to regain administrative control over the indigenous population and the colony's political and administrative reorganization. To analyze the polemical discourse between these two groups (Jesuits and Camaristas), we will use the concepts of Bakhtinian dialogism. Mikhail Bakhtin establishes that dialogic relations are social relations of values that constitute a statement endowed with ideological discourse. In this sense, according to the Russian philosopher of language, it is necessary to consider who writes the text, to whom it is addressed, and in what situation it was produced in order to understand the author's intention (BAKHTIN, 2011, pp. 307-308).
Palavras-chave: Antônio Vieira;
amaristas;
disputas;
poder temporal;
indígenas;
junta;
Antônio Vieira;
chamber members;
disputes;
temporal power;
indigenous people;
board
Área(s) do CNPq: História
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal do Maranhão
Sigla da instituição: UFMA
Departamento: DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA/CCH
Programa: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA/CCH
Citação: SOUSA, Jane Cléa da Cunha. Antônio Vieira versus Camaristas: conflitos e disputas pelo poder temporal dos indígenas (Maranhão, 1653-1661). 2025. 121 f. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em História/CCH) - Universidade Federal do Maranhão, São Luís, 2025.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/6656
Data de defesa: 29-Ago-2025
Aparece nas coleções:DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA

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