Exportar este item: EndNote BibTex

Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/6327
Tipo do documento: Dissertação
Título: Museologia decolonial: um olhar para museu de artes visuais do Maranhão
Título(s) alternativo(s): Decolonial museology: a look at the visual arts museum of Maranhão
Autor: REIS, Sunshine Cristina de Castro 
Primeiro orientador: CARVALHO, Conceição de Maria Belfort de
Primeiro coorientador: REIS, Rosalva de Jesus dos
Primeiro membro da banca: CARVALHO, Conceição de Maria Belfort
Segundo membro da banca: REIS, Rosalva de Jesus dos
Terceiro membro da banca: CUTRIM, Klautenys Dellene Guedes
Quarto membro da banca: NEVES, Ivania dos Santos
Resumo: A decolonialidade é um campo em construção e em disputa, tanto no aspecto teórico quanto prático, um projeto acadêmico-político de problematização e desobediência que se estabelece como enfrentamento à modulação do ser, do saber e do poder. Logo, sua aplicabilidade na museologia requer confrontar o status de santuário designado à preservação da memória, que se mantém isolado da desordem do mundo. Essa é uma inversão retórica que camufla a produção e reprodução de injustiças sociais históricas, por meio da projeção de neutralidade que dissimula o campo de batalha ideológica, política e econômica no qual está imersa. Nesse sentido, a presente investigação se insere na Linha de Pesquisa 2 (dois): Cultura, Educação e Tecnologia, tendo como objetivos identificar as ações decoloniais e as contribuições para a diversidade e a equidade desenvolvidas pelo Museu de Artes Visuais do Maranhão. Dessa forma, a pesquisa fundamenta-se em uma investigação interdisciplinar, com dois níveis de análise: o primeiro foca no acervo disponível para contemplação, com recorte para o espaço dedicado aos povos originários, afro-maranhenses e às mulheres; o segundo investiga as práticas cotidianas e as perspectivas de artistas contemporâneos, como Pablo Monteiro, Silvana Mendes, Ingrid Barros, Gê Viana e Genilson Guajajara, em relação à museologia maranhense, utilizando a decolonialidade como método. Para tanto, realizou-se uma revisão bibliográfica a fim de construir um diálogo entre a museologia e a decolonialidade, discutindo a intersecção entre História, Memória, Patrimônio Cultural e suas relações de poder. A metodologia incluiu observação direta, aplicação de questionários aos estagiários e entrevistas com a atual gestão do Museu e os artistas mencionados, compondo um percurso de análise voltado para as possíveis contribuições para o pensar e o fazer decolonial na museologia. Destaca-se, assim, a importância da insurgência na Educação Patrimonial para a ruptura da colonialidade, uma vez que promove uma política de ações e reflexões em favor da equidade, respeitando as diferenças e os diferentes. Conclui-se, portanto, que a museologia decolonial está assentada em uma utopia emancipatória, que não requer somente um giro, mas uma gira, uma vez que a função gira é confluir múltiplas presenças e saberes, desfazendo o desmantelo cognitivo promovido pelo carrego colonial. Um ebó de reencarnamento que nos auxilia a pensar nossos processos identitários, assim como um melhor reconhecimento de nossos fratrimônios. Essa é uma perspectiva ainda distante do contexto maranhense, visto que o estudo revelou a falta de autonomia administrativa do Museu de Artes Visuais do Maranhão, dificultando a adoção de diretrizes decoloniais. Destacou-se também a precarização das casas de cultura maranhenses e o apagamento da arte local, configurando práticas de epistemicídio. Defende-se o museu como espaço estratégico de dignidade, diversidade e transformação social, apontando a necessidade de políticas públicas que fortaleçam processos museológicos decoloniais e ampliem o direito ao imaginário.
Abstract: Decoloniality is a field under construction and in dispute, both in theoretical and practical terms. It is an academic and political project of problematization and disobedience that emerges as a confrontation with the modulation of being, knowledge, and power. Therefore, its applicability in museology requires confronting the status of sanctuary assigned to the preservation of memory, which remains isolated from the disorder of the world. This is a rhetorical inversion that conceals the production and reproduction of historical social injustices through the projection of neutrality, which disguises the ideological, political, and economic battlefield in which it is immersed. In this sense, the present investigation is situated within Research Line 2: Culture, Education, and Technology, with the aim of identifying decolonial actions and contributions to diversity and equity developed by the Museum of Visual Arts of Maranhão. The research is based on an interdisciplinary investigation with two levels of analysis. The first focuses on the collection available for contemplation, with emphasis on the space dedicated to Indigenous peoples, Afro-Maranhense communities, and women. The second examines daily practices and the perspectives of contemporary artists such as Pablo Monteiro, Silvana Mendes, Ingrid Barros, Gê Viana, and Genilson Guajajara, in relation to museology in Maranhão, using decoloniality as a method. To this end, a bibliographic review was conducted to establish a dialogue between museology and decoloniality, discussing the intersection of History, Memory, Cultural Heritage, and their power relations. The methodology included direct observation, the application of questionnaires to interns, and interviews with the current museum administration and the aforementioned artists. This analytical path seeks to contribute to decolonial ways of thinking and doing within museology. The importance of insurgency in Heritage Education is thus highlighted as a means of breaking with coloniality, as it promotes a policy of actions and reflections in favor of equity, respecting differences and the different. It is concluded, therefore, that decolonial museology is grounded in an emancipatory utopia that requires not only a turn, but a gira, since the function of the gira is to bring together multiple presences and knowledges, undoing the cognitive dismantling produced by the colonial burden. A ritual (ebó) of reincarnation that helps us reflect on our identity processes, as well as foster a better recognition of our fratrimônios. This remains a distant perspective in the context of Maranhão, as the study revealed the lack of administrative autonomy of the Museum of Visual Arts of Maranhão, which hinders the adoption of decolonial guidelines. The research also highlighted the precarious state of Maranhão’s cultural institutions and the erasure of local art, constituting practices of epistemicide. The museum is thus defended as a strategic space for dignity, diversity, and social transformation, reinforcing the need for public policies that strengthen decolonial museological processes and expand the right to imagination.
Palavras-chave: museologia;
decolonialidade;
insurgências;
fratrimônios;
interdisciplinar.
museology;
decoloniality;
insurgencies;
fratrimonies;
interdisciplinary.
Área(s) do CNPq: Museologia
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal do Maranhão
Sigla da instituição: UFMA
Departamento: DEPARTAMENTO DE TURISMO E HOTELARIA/CCSO
Programa: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CULTURA E SOCIEDADE/CCH
Citação: REIS, Sunshine Cristina de Castro. Museologia decolonial: um olhar para museu de artes visuais do Maranhão. 2025. 179 f. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade/CCH) - Universidade Federal do Maranhão, São Luís, 2025.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/6327
Data de defesa: 30-Mai-2025
Aparece nas coleções:DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CULTURA E SOCIEDADE (PGCULT) MESTRADO INTERDISCIPLINAR

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
SUNSHINE_REIS.pdfDissertação de Mestrado4,91 MBAdobe PDFBaixar/Abrir Pré-Visualizar


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.