Exportar este item: EndNote BibTex

Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/tede/5318
Tipo do documento: Dissertação
Título: As terras de Monge Belo: as práticas locais e o design participativo relacional na produção dos colorantes naturais
Título(s) alternativo(s): The lands of Monge Belo: local practices and relational participatory design in the production of natural colorants
Autor: FERREIRA, Gabriela Ramos 
Primeiro orientador: NORONHA, Raquel Gomes
Primeiro coorientador: PAGNAN, Caroline Salvan
Primeiro membro da banca: NORONHA, Raquel Gomes Noronha
Segundo membro da banca: SANTOS, Denilson Moreira
Terceiro membro da banca: DINIZ, Raimundo Lopes
Quarto membro da banca: PAGNAN, Andreia Salvan
Resumo: O Maranhão destaca-se por ser um dos estados que abrigam um dos maiores índices relacionados à ocorrência de comunidades quilombolas do Brasil, cenário propício a conflitos relacionados a questões fundiárias. Em contraponto a essa situação, muitas comunidades quilombolas destacam-se também como locais de resistência por meio de seus saberes tradicionais e das riquezas em biodiversidade do território. O quilombo de Monge Belo é um desses exemplos. Situada no município de Itapecuru Mirim, no Maranhão, a comunidade tem como fonte de renda e sustento principal a atividade de subsistência e destaca-se pelo trabalho desenvolvido por um grupo de mulheres que fazem pinturas em cisternas com o uso de colorantes minerais. A partir das práticas de correspondências, trazidas por Ingold (2013), um modo relacional de estar no mundo, tivemos os primeiros contatos com o grupo de mulheres e com o material. Dessa forma, identificamos oportunidades de pesquisa ao detectarmos recursos locais (colorantes e mordentes) como potenciais matérias-primas a serem utilizadas nessa produção, fomentando dessa forma as dimensões ambientais de sustentabilidade e autonomia na produção dos colorantes naturais. Posto isso, a presente pesquisa objetivou contribuir, por meio do Design participativo relacional e seguindo princípios do designantropologia (Gatt e Ingold, 2013), para a sistematização e cocriação de processos que envolvem a produção de colorantes naturais na comunidade de Monge Belo, com foco na autonomia produtiva das mulheres, pautadas pelo princípio da autopoesis de Escobar (2016). Para isso, utilizamos como abordagem metodológica o MDD (Material Driven Design) proposto por Karana et al. (2015), metodologia que aborda os aspectos tangíveis e intangíveis de um material e tem como foco as experiências vivenciadas a partir desse contato. Como auxílio a estas etapas, realizamos testes em laboratórios (UFMA e ED-UEMG) relacionados à colorimetria, fixação das cores e morfologia do tecido antes e após os tingimentos, o que nos propiciou uma visão mais técnica e procedimental sobre os materiais estudados. Por fim, temos o retorno à comunidade para realização da prototipação de tingimentos com os colorantes e mordentes e assim finalizamos o processo do intercâmbio de saberes. Os resultados são apresentados por meio da triangulação de dados e demonstram as percepções apreendidas por pesquisadoras e copesquisadoras em campo, aliadas à teoria apresentada, resultando a partir destes, em um novo tipo de conhecimento. E, por meio desse processo colaborativo em campo, a eficácia dos colorantes e mordentes naturais de Monge Belo puderam ser atestadas como potenciais matérias-primas no processo de tingimento natural, contribuindo assim à sustentabilidade ambiental e ao processo de autonomia das mulheres, assim como novas outras possibilidades foram elencadas para estudos futuros.
Abstract: Maranhão stands out as one of the states that houses one of the highest rates of occurrences of quilombola communities in Brazil, a scenario prone to conflicts related to land issues. In contrast to this situation, many quilombola communities also stand out as places of resistance through their traditional knowledge and the richness of biodiversity in their territories. The quilombo of Monge Belo is one such example. Located in the municipality of Itapecuru Mirim, in Maranhão, the community's main economic activity is subsistence farming and it is known for the work carried out by a group of women who paint cisterns using mineral dyes. Through the practices of correspondences, as introduced by Ingold (2013), a relational way of being in the world, we had our first contacts with the group of women and the material. In this way, we identified research opportunities by recognizing local resources (dyes and mordants) as potential raw materials to be used in this production, thus promoting the environmental dimensions of sustainability and autonomy in the production of natural dyes. Therefore, the present research aimed to contribute, through participatory relational design and following the principles of design anthropology (Gatt and Ingold, 2013), to the systematization and co-creation of processes involving the production of natural dyes in the community of Monge Belo, with a focus on the productive autonomy of women, guided by the principle of autopoiesis by Escobar (2016). For this purpose, we adopted the Material Driven Design (MDD) approach proposed by Karana et al. (2015) as our methodological framework, which addresses both tangible and intangible aspects of a material and focuses on the experiences derived from this interaction. In support of these stages, we conducted tests in laboratories (UFMA and ED-UEMG) related to colorimetry, color fixation, and fabric morphology before and after dyeing, providing us with a more technical and procedural understanding of the materials studied. Finally, we returned to the community to prototype dyeing with the dyes and mordants, thus completing the process of knowledge exchange. The results are presented through data triangulation and demonstrate the insights gained by researchers and co-researchers in the field, combined with the presented theory presented, resulting in a new type of knowledge. Through this collaborative process in the field, the effectiveness of Monge Belo's natural dyes and mordants could be attested as potential raw materials in the natural dyeing process, thus contributing to environmental sustainability and the process of women's autonomy, as well as new other possibilities were listed for future studies.
Palavras-chave: design participativo relacional;
práticas de correspondências;
colorantes naturais;
autonomia;
Quilombo;
mulheres.
participatory relational design;
practices of correspondences;
natural dyes;
autonomy;
Quilombo;
women.
Área(s) do CNPq: Ciências Sociais Aplicadas
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal do Maranhão
Sigla da instituição: UFMA
Departamento: DEPARTAMENTO DE DESENHO E TECNOLOGIA/CCET
Programa: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESIGN/CCET
Citação: FERREIRA, Gabriela Ramos. As terras de Monge Belo: as práticas locais e o design participativo relacional na produção dos colorantes naturais. 2023. 138 f. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Design/CCET) - Universidade Federal do Maranhão, São Luís, 2023.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/tede/5318
Data de defesa: 7-Jul-2023
Aparece nas coleções:DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESIGN

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
GABRIELARAMOSFERREIRA.pdfDissertação de Mestrado2,95 MBAdobe PDFBaixar/Abrir Pré-Visualizar


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.