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Tipo do documento: Dissertação
Título: Vida, morte e memórias no quilombo Santa Rosa dos Pretos
Título(s) alternativo(s): Life, death and memories in the Santa Rosa dos Pretos quilombo
Autor: LOPES, Priscila Fernandes Gomes Araújo 
Primeiro orientador: FRANÇA, Glória da Ressurreição Abreu
Primeiro membro da banca: FRANÇA, Glória da Ressurreição Abreu
Segundo membro da banca: VIEIRA, José Antônio
Terceiro membro da banca: FERRARI, Ana Josefina
Resumo: Esta pesquisa está situada no campo da Análise de Discurso materialista investiga os efeitos de sentido de quilombo, vida e morte que perpassam as narrativas de uma comunidade quilombola. Dessa forma mobilizamos conceitos da Análise de Discurso uma vez que buscamos pensar vida e morte, enquanto efeitos de sentido que se constituem numa relação com a memória discursiva dos moradores do Quilombo Santa Rosa dos Pretos, no município de Itapecuru-Mirim, no Maranhão, buscando, dentre outros, analisar quais regiões da memória que os sustentam. Trata- se de uma investigação, cujo corpus se constitui a partir de depoimentos dos quilombolas apresentados no documentário O mundo preto tem mais vida (2018). Neste sentido, essa pesquisa analisa os efeitos de denúncia formulados no documentário em torno dos conflitos enfrentados pela comunidade frente aos ataques do Estado e da iniciativa privada. Ao ponto de identificarmos o modo como tais efeitos se projetam, partimos dos seguintes questionamentos: De que modo os sentidos de quilombo, vida e morte são projetados e perpassam a memória discursiva da comunidade quilombola Santa Rosa dos Pretos? Tais narrativas possuem relação com um conflito pela manutenção de suas terras, contra as imposições em relação ao uso do território pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT), que tem progredido no processo de duplicação da BR 135, visando o escoamento de commodities, e da empresa Vale S.A., envolvendo também a duplicação das ferrovias que possibilitam o escoamento do minério de ferro extraído das minas de Carajás e do ferro produzido em uma nova mina no Pará, ambas administradas pela Vale S.A. Tanto a rodovia quanto as estradas de ferro cortam o território do quilombo e jogam contra a titulação das terras. Sob o impacto desse acontecimento, pretendemos apreender quais efeitos de sentido se projetam nos enunciados sobre “vida” e “morte” nos dizeres dos quilombolas e quais memórias sustentam esses dizeres. Partimos da hipótese de que há um processo de deslocamento de sentidos de “vida” como uma continuidade no tempo (morre o corpo físico e a vida continua como outra forma de existir), e, por outro lado, os sentidos de “morte” se constituem numa dualidade: uma morte branca onde não existe vida (como um projeto do capitalismo contra seu modo de vida e sua existência que resiste nas terras do Quilombo, matando a natureza que o sustenta) e uma morte preta como passagem para outra forma de existência. Assim, discute-se nesta pesquisa os sentidos de “vida” e “morte” ditos pelos quilombolas, em um contexto de violência do Estado (Mbembe;2014;2016] do neoliberalismo, de luta pela manutenção do território e de sobrevivência física, cultural-espiritual. Ao tempo em que se busca também denunciar o projeto racista e predatório presente no conflito com o DNIT e com a Vale, propõe-se a uma reflexão sobre a realidade histórica da comunidade e a exclusão social que os quilombolas enfrentam ainda hoje no Brasil.
Abstract: This research is located in the field of Materialist Discourse Analysis and investigates the effects of the meaning of quilombo, life and death that permeate the narratives of a quilombola community. In this way, we mobilize concepts from Discourse Analysis since we seek to think about life and death, as effects of meaning that constitute a relationship with the discursive memory of the residents of Quilombo Santa Rosa dos Pretos, in the municipality of Itapecuru- Mirim, in Maranhão, seeking , among others, analyze which regions of memory support them. This is an investigation, whose corpus is made up of testimonies from quilombolas presented in the documentary O mundo preto tem mais vida (2018). In this sense, this research analyzes the effects of complaints formulated in the documentary around the conflicts faced by the community in the face of attacks by the State and the private sector. To the point of identifying the way in which such effects are projected, we start with the following questions: How are the meanings of quilombo, life and death projected and permeate the discursive memory of the Santa Rosa dos Pretos quilombola community? Such narratives are related to a conflict over the maintenance of their lands, against the impositions regarding the use of the territory by the National Department of Transport Infrastructure (DNIT), which has progressed in the process of duplicating BR 135, aiming at the flow of commodities, and the company Vale S.A., also involving the duplication of the railways that enable the transport of iron ore extracted from the Carajás mines and the iron produced in a new mine in Pará, both managed by Vale S.A. Both the highway and the railways cut through the quilombo's territory and affect land titling. Under the impact of this event, we intend to understand what effects of meaning are projected in the statements about “life” and “death” in the sayings of the quilombolas and which memories support these sayings. We start from the hypothesis that there is a process of displacement of meanings of “life” as a continuity in time (the physical body dies and life continues as another way of existing), and, on the other hand, the meanings of “death” become constitute a duality: a white death where there is no life (as a project of capitalism against its way of life and its existence that resists in the Quilombo lands, killing the nature that sustains it) and a black death as a passage to another form of existence . Thus, this research discusses the meanings of “life” and “death” said by quilombolas, in a context of State violence (Mbembe;2014;2016] of neoliberalism, of struggle for the maintenance of territory and physical, cultural survival - spiritual. While also seeking to denounce the racist and predatory project present in the conflict with DNIT and Vale, it is proposed to reflect on the historical reality of the community and the social exclusion that quilombolas still face today in Brazil.
Palavras-chave: vida;
morte;
memória discursiva;
comunidade quilombola.
life;
death;
discursive memory;
quilombola community.
Área(s) do CNPq: Análise Lingüística
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal do Maranhão
Sigla da instituição: UFMA
Departamento: DEPARTAMENTO DE LETRAS/CCH
Programa: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS - Campus Bacabal
Citação: LOPES, Priscila Fernandes Gomes Araújo. Vida, morte e memórias no quilombo Santa Rosa dos Pretos. 2024. 90 f, Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Letras - Campus Bacabal) - Universidade Federal do Maranhão, Bacabal, 2024.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/tede/5297
Data de defesa: 26-Fev-2024
Aparece nas coleções:DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS - CAMPUS BACABAL

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