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Tipo do documento: Tese
Título: A “plataformização laboral”: uma análise do processo de uberização do trabalho de motoristas por aplicativo em São Luís/MA
Título(s) alternativo(s): La "plateformisation du travail" : une analyse du processus d'ubérisation du travail des chauffeurs basés sur des applications à São Luís/MA
Autor: GOMES, Lia Renata Costa 
Primeiro orientador: CARNEIRO, Marcelo Domingos Samapio
Primeiro membro da banca: CARNEIRO, Marcelo Domingos Sampaio
Segundo membro da banca: RAMALHO, José Ricardo
Terceiro membro da banca: TEIXEIRA, Tadeu Gomes
Quarto membro da banca: PEREIRA, Carla Regina Assunção
Quinto membro da banca: QUEIROZ, José Benevides
Resumo: O estudo tem como objetivo entender o processo de trabalho desenvolvido a partir da introdução das plataformas digitais no Brasil, buscando compreender a lógica de funcionamento do trabalho plataformizado no município de São Luís/MA, considerando a análise do trabalho de motoristas em duas empresas (UBER e POP 99). Procura também analisar as principais características da atividade realizada através das plataformas digitais, pontuando as últimas transformações no mercado de trabalho, geradas pela introdução de novos nichos de negócios. No desenvolvimento da pesquisa, utilizei como ferramentas metodológicas a observação direta e a realização de entrevistas com os motoristas por aplicativo e o com presidente da Associação dos Motoristas por Aplicativos do Estado do Maranhão (AMAPMA), além de ter feito a revisão da literatura sobre o desenvolvimento do trabalho plataformizado no Brasil. Como resultado, a tese aponta para a identificação de uma situação de liminaridade no trabalho realizado em plataformas digitais, isso ocorre, porque apesar de parecer estar claro onde a atividade se encaixa (informal), as características de desenvolvimento da atividade demonstram uma indeterminação na relação entre a empresa/plataforma e os (as) motoristas por aplicativo. A autonomia parece existir até certo ponto, quando o (a) motorista por aplicativo determina seu horário, determina os dias a serem trabalhados e é responsável pelos seus próprios instrumentos de trabalho, porém, não determina o valor do trabalho prestado, é avaliado, mesmo contra a sua própria vontade, e sofre sanções em avaliações negativas, escolhe quando vai entrar na atividade, mas não determina exatamente o dia que vai sair, porque pode ser banido da plataforma, mesmo querendo continuar na atividade. A própria ideia de que a empresa/plataforma funciona como intermediária entre o motorista e passageiro, uma vez que ela prestaria um serviço ao (a) motorista e ao (a) passageira, apresenta uma pluralidade, na medida em que o (a) motorista aqui também é um prestador de serviço. Seria assim uma quarteirização no trabalho informal? O que já é uma novidade no cenário do mercado de trabalho. Ou é uma situação onde terceiros prestam serviços entre si, mesmo sem um contrato convencional, envolvendo uma terceira pessoa que é o (a) passageiro (a) cliente, desse modo, os (as) motoristas estariam no entre/lugar, em posições transitórias, efêmeras e indefinidas. Percebeu-se também, no percurso da pesquisa, que uberização é uma realidade impulsionada pelo capitalismo digital, que muda as lógicas do chão da fábrica, individualiza o trabalho e tira o fator de coesão entre os indivíduos. Isso permite um processo de flexibilização ainda mais evidente das relações de trabalho, sem garantias e seguridade social. Do mesmo modo, dificulta o encadeamento da ação coletiva. Mas, é relevante destacar, que é um processo que também encontra resistência e apresenta maneiras de sobrevivência em meio as intempéries e a necessidade de reprodução econômica da vida.
Abstract: L'étude vise à comprendre le processus de travail développé à partir de l'introduction des plateformes numériques au Brésil, en cherchant à comprendre la logique de fonctionnement du travail plateformisé dans la municipalité de São Luís/MA, en considérant l'analyse du travail des chauffeurs dans deux entreprises (UBER et POP 99). Elle cherche également à analyser les principales caractéristiques de l'activité exercée par le biais de plateformes numériques, en ponctuant les dernières transformations du marché du travail, générées par l'introduction de nouvelles niches commerciales. Dans le développement de la recherche, j'ai utilisé comme outils méthodologiques l'observation directe et des entretiens avec des conducteurs par application et le président de l'Association des conducteurs par application de l'État de Maranhão (AMAPMA), en plus d'avoir fait une revue de la littérature sur le développement du travail plateformisé au Brésil. En conséquence, la thèse met en évidence l'identification d'une situation de liminalité dans le travail effectué sur les plateformes numériques, car, bien qu'il semble clair où l'activité s'inscrit (informel), les caractéristiques du développement de l'activité démontrent une indétermination dans la relation entre l'entreprise/plateforme et les conducteurs d'application. L'autonomie semble exister jusqu'à un certain point, lorsque le conducteur d'application détermine son emploi du temps, les jours à travailler et est responsable de ses propres instruments de travail, mais ne détermine pas la valeur du travail fourni, est évalué, même contre sa propre volonté, et subit des sanctions en cas d'évaluations négatives, choisit quand il entrera dans l'activité, mais ne détermine pas exactement le jour où il la quittera, car il peut être banni de la plateforme, même s'il veut continuer à exercer l'activité. L'idée même que l'entreprise/la plateforme fonctionne comme un intermédiaire entre le conducteur et le passager, puisqu'elle fournirait un service au conducteur et au passager, présente une pluralité, dans la mesure où le conducteur est également un prestataire de services. Serait-ce le quatrième type de contractualisation dans le travail informel? Ce qui est déjà une nouveauté dans le scénario du marché du travail. Ou s'agit-il d'une situation où des tiers se fournissent des services, même sans contrat conventionnel, impliquant une tierce personne qui est le client passager, et donc les conducteurs seraient entre deux lieux, dans des positions transitoires, éphémères et indéfinies. Au cours de la recherche, on s'est également rendu compte que l'ubérisation est une réalité induite par le capitalisme numérique, qui modifie la logique de l'atelier, individualise le travail et supprime le facteur de cohésion entre les individus. Cela permet un processus de flexibilisation encore plus évident des relations de travail, sans garanties ni sécurité sociale. De la même manière, il entrave l'articulation de l'action collective. Mais il est important de noter qu'il s'agit d'un processus qui rencontre également une résistance et présente des moyens de survie au milieu des tempêtes et de la nécessité d'une reproduction économique de la vie.
Palavras-chave: liminaridade;
mercado de trabalho
uberização;
plataforma digital;
relações de trabalho;
capitalismo digital.
injonction;
marché du travail;
ubérisation;
plateforme numérique;
relations de travail;
capitalisme numérique.
Área(s) do CNPq: Mercado de Trabalho
Ciências Sociais Aplicadas
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal do Maranhão
Sigla da instituição: UFMA
Departamento: DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA/CCH
Programa: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS/CCH
Citação: GOMES, Lia Renata Costa. A “plataformização laboral”: uma análise do processo de uberização do trabalho de motoristas por aplicativo em São Luís/MA. 2023. 276 f. Tese (Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais/CCH) - Universidade Federal do Maranhão, São Luís, 2023.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/tede/4823
Data de defesa: 28-Abr-2023
Aparece nas coleções:TESE DE DOUTORADO - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS

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