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Tipo do documento: Dissertação
Título: Passabilidade e possibilidades
Título(s) alternativo(s): Passability and possibilities
Autor: RODRIGUES, Júlia Naomí Costa 
Primeiro orientador: ALCÂNTARA, Ramon Luis de Santana
Primeiro membro da banca: ALCÂNTARA, Ramon Luis de Santana
Segundo membro da banca: JESUS, Jaqueline Gomes de
Terceiro membro da banca: MARTINS, Carlos Wellington Soares
Quarto membro da banca: CARVALHO, Cristianne Almeida
Quinto membro da banca: BORBA, Jean Marlos Pinheiro
Resumo: Norteia-se, sem conhecimento prévio, conceitos que distorcem e discriminam a transexualidade, forjando um imaginário coletivo que dita, ou tenta ditar, como seria uma pessoa trans, ou seja, o estereótipo, que querendo ou não, traça uma fronteira comparativa entre a cisgeneridade e a transgeneridade, onde a cisgeneridade seria uma espécie de legalidade identitária de modo que as demais identidades sexuais seriam ilegítimas. Tal fronteira comparativa fez com que pessoas trans (transexuais e travestis) buscassem adequação ao “modelo” cisgênero, o que fez surgir o termo designado como passabilidade, que pode ser traduzido no quanto uma pessoa trans se parece, ou passa por cisgênero, conceito baseado na imagem, onde a aparência dita quem pode, ou não, acessar espaços e direitos, vindo a ser o habeas corpus para viver em sociedade sem sofrer violências, violações, discriminações, preconceitos e sanções. Entretanto aquilo que poderia ser vislumbrado como uma saída para tantos percalços, pode ser observado também, como armadilha que coloca pessoas trans na condição de ter que se parecer com outro para poderem existir, e exacerba as várias dificuldades enfrentadas por aquelas pessoas trans que não são consideradas passáveis enfatizo a intersecção entre transexualidade, raça e gênero, recortes que atravessam e deixam marcas nos corpos trans, observados enquanto proibidos, públicos e desejáveis quando convém. Neste sentido, o presente estudo buscou analisar os discursos de pessoas transgêneras (transexuais e travestis) e pessoas cisgêneras acerca da passabilidade enquanto estratégia de defesa da transfobia, objetivando problematizar as condições históricas da emergência da passabilidade na comunidade trans; compreender os sentidos dados à passabilidade por pessoas trans e pessoas cis; e apontar as intersecções entre gênero, raça e orientação sexual no uso da passabilidade. Para isso realizada pesquisa de abordagem qualitativa, entrevistando seis pessoas transgêneras (três mulheres transexuais/travestis e três homens trans/transmasculinos) e seis pessoas cisgêneras (três homens e três mulheres), totalizando doze pessoas, cisgêneras e transgêneras da cidade de São Luís do Maranhão, por meio de questionário semiestruturado, no qual as entrevistas foram gravadas e transcritas fidedignamente, com base no método arqueogenealogico, inspirado em Foucault, para realizar a análise dos dados. Notei, dessa forma, primeiramente, a mudança da percepção conceitual da transexualidade nas óticas trans e cis, enquanto a passabilidade vem perdendo o viés de obrigatoriedade para pessoas trans, embora se perceba, ainda, a necessidade desta, não só para acesso a espaços sociais, como também para o bem-estar, autoestima, segurança e autocuidado. Na interseccionalidade da raça e do gênero na comunidade trans, as pessoas mais estigmatizadas, a priori, são as mulheres trans negras. Observei, também, que a passabilidade é presente e determinante, na cisgeneridade, com critérios diferentes dos exigidos na transgeneridade, já que o corpo cis é “aceitável” socialmente, e passam a pesar, entre outros, a origem, a educação, o vestuário, e o poder aquisitivo. Por fim, o estudo discorre para além da passabilidade, fala sobre vidas humanas e cidadania, e se apresenta como motivação para novos estudos que venham a trazer mais discussões sobre este e demais temas que abordem a transexualidade.
Abstract: It is guided, without prior knowledge, concepts that distort and discriminate transsexuality, forging a collective imaginary that dictates, or tries to dictate, what a trans person would be like, that is, the stereotype, which willingly or not, draws a comparative border between the cisgender and transgender, where cisgender would be a kind of identity legality so that other sexual identities would be illegitimate. Such a comparative frontier made trans people (transsexuals and transvestites) seek adaptation to the cisgender “model”, which gave rise to the term designated as passability, which can be translated into how much a trans person looks like, or passes for cisgender, a concept based on in the image, where appearance dictates who can or cannot access spaces and rights, becoming habeas corpus to live in society without suffering violence, violations, discrimination, prejudice and sanctions. However, what could be seen as a way out of so many mishaps can also be seen as a trap that puts trans people in the condition of having to look like someone else in order to exist, and exacerbates the various difficulties faced by those trans people who are not considered passable emphasizing the intersection between transsexuality, race and gender, clippings that cross and leave marks on trans bodies, observed as prohibited, public and desirable when convenient. In this sense, the present study sought to analyze the discourses of transgender people (transsexuals and transvestites) and cisgender people about “passability” as a strategy to defend transphobia, aiming to problematize the historical conditions for the emergence of “passability” in the trans community; understand the meanings given to “passability” by trans and cis people; and point out the intersections between gender, race and sexual orientation in the use of “passability”. For this, a qualitative research was carried out, interviewing six transgender people (three transsexual/transvestite women and three trans/transmasculine men) and six cisgender people (three men and three women), totaling twelve people, cisgender and transgender from the city of São Luís do Maranhão, through a semi-structured questionnaire, in which the interviews were recorded and faithfully transcribed, based on the archeogenealogical method, inspired by Foucault, to carry out the data analysis. It was noted, therefore, firstly, the change in the conceptual perception of transsexuality in the trans and cis perspectives, while passability has been losing its obligatory bias for trans people, although it is still perceived the need for this, not only access to social spaces, but also to well-being, self-esteem, safety and self-care. In the intersectionality of race and gender in the trans community, the most stigmatized people, a priori, are black trans women. It was also observed that passability is present and decisive, also in cisgenderism, with criteria different from those required in transgenderism, since the cis body is socially “acceptable”, and origin, education and clothing (among others). Finally, the study goes beyond passability, talks about human lives and citizenship, and presents itself as a motivation for new studies that may bring more discussions on this and other topics that address transsexuality.
Palavras-chave: transexualidade;
passabilidade;
raça;
gênero;
subjetividade;
transsexuality;
passability;
race;
gender;
subjectivity.
Área(s) do CNPq: Psicologia
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal do Maranhão
Sigla da instituição: UFMA
Departamento: DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA/CCH
Programa: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA/CCH
Citação: RODRIGUES, Júlia Naomí Costa. Passabilidade e possibilidades. 2023.200 f. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Psicologia/CCH) - Universidade Federal do Maranhão, São Luís, 2023.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/tede/4804
Data de defesa: 16-Mai-2023
Aparece nas coleções:DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

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