Exportar este item: EndNote BibTex

Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/tede/4634
Tipo do documento: Dissertação
Título: “MAS, DOUTORA, NAMORAR ALUNA É ASSÉDIO?”: UMA ANÁLISE ÉTICA DA VIOLÊNCIA DE GÊNERO NO INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO
Título(s) alternativo(s): "PERO, DOCTOR, ¿SALIR CON UN ESTUDIANTE ES ACOSO?": UNO ANÁLISIS ÉTICO DE LA VIOLENCIA DE GÉNERO EN EL INSTITUTO FEDERAL DE MARANHAO
"BUT, DOCTOR, IS DATING A STUDENT HARASSMENT?": ONE ETHICAL ANALYSIS OF GENDER VIOLENCE AT THE FEDERAL INSTITUTE OF MARANHAO
Autor: RÊGO , Angela Bárbara Lima Saldanha 
Primeiro orientador: TOLOMEI, Cristiane Navarrete
Primeiro membro da banca: TOLOMEI, Cristiane Navarrete
Segundo membro da banca: VIEIRA , Susana de Castro Amaral
Terceiro membro da banca: OLIVEIRA, Ana Caroline Amorim
Resumo: A expansão da rede federal de ensino, após a publicação da Lei nº 11.892, em 2008, possibilitou, além da interiorização da política pública, uma mudança na perspectiva da educação técnica e tecnológica, com incentivo à formação cidadã, à inclusão de minorias e ao desenvolvimento do pensamento crítico do alunado, contrariamente ao modelo anterior calcado no que Paulo Freire (1987) denominava de educação bancária. No entanto, em descompasso com o espírito da referida lei, verificou-se um significativo aumento no número de casos reportados, formal ou informalmente, de violência de gênero na Instituição, o que me motivou a estudar o fenômeno. Valendo-me da metodologia decolonial em cotejo com a etnografia documental, proponho-me a escrita de um diário de viagem aos campi do IFMA, situados em diferentes regiões do Maranhão, buscando compreender as narrativas decorrentes da implantação da Instituição em cada lugar e como meninas e mulheres são socializadas no espaço acadêmico. O que me motiva a escrever este diário é a percepção, durante a análise de processos administrativos na Procuradoria Federal do Instituto, de que a socialização de alunas no IFMA envolve, em grande medida, abordagens afetivo-sexuais pelos servidores, situação que, por desvirtuar o mister institucional, é vedada por lei, mas, ainda assim, tolerada e naturalizada pelos envolvidos e, por que não dizer, pela própria máquina estatal. Ciente de que o Estado-Nação, através de seus diversos discursos e mecanismos, inclusive jurídico-legais, reproduz a violência vivida pela população não branca e desprovida de recursos durante os tempos recuados do colonialismo, e tendo em conta que tal violência foi mais severa sobre os corpos de meninas e mulheres negras e indígenas, valho-me desta constatação transistórica para investigar os efeitos da colonialidade do ser sobre os corpos de discentes como expressão da colonialidade do poder, que até hoje se faz sentir na sociedade brasileira, pautando-me precipuamente no diálogo entre as teorias de María Lugones (2008), Rita Segato (2021), Lélia Gonzalez (2020), Heleieth Saffioti (1995), Guacira Lopes Louro (2014; 2019), Susana de Castro (2018; 2020), Dora Barrancos (2022), Viviane Vergueiro Simakawa (2015), Letícia Nascimento (2021), Françoise Vergès (2021) e Judith Butler (2019). Em suma, a abordagem deste tema é condição para a ampliação ao exercício da cidadania e de capacidade crítica pelas pessoas que compõem a comunidade acadêmica, pois não se pode falar em educação, e menos ainda em emancipação de sujeitos, quando a relação institucional entre educadores e discentes é abusiva, sugerindo, por conseguinte, que a própria relação entre o Estado e o usuário da política pública educacional pode ser, na mesma medida, violenta.
Abstract: La expansión de la red federal de enseñanza, después de la publicación de la Ley nº 11.892, en 2008, posibilitó, además de la interiorización de la política pública, un cambio en la perspectiva de la educación técnica y tecnológica, con incentivo a la formación ciudadana, la inclusión de las minorías y el desarrollo del pensamiento crítico del estudiante, contrariamente al modelo anterior calcado en lo que Paulo Freire (1987) denominaba de educación bancaria. Sin embargo, en descompresión con el espíritu de dicha ley, se verificó un significativo aumento en el número de casos reportados, formal o informalmente, de violencia de género en la Institución, lo que me motivó a estudiar el fenómeno. Valiéndome de la metodología decolonial en comparación con la etnografía documental, me propongo la escritura de un diario de viaje a los campi de IFMA situados en el Estado del Maranhão, buscando comprender las narrativas derivadas de la implantación de la institución en la ciudad y cómo niñas y mujeres son socializadas en el espacio académico. Lo que me motiva a escribir este diario es la percepción, durante el análisis de procesos administrativos en la Procuraduría Federal del Instituto, de que la socialización de alumnas en el IFMA involucra, en gran medida, abordajes afectivo-sexuales por los servidores, situación que, por desvirtuar la asignación institucional, es prohibida por ley, pero, aun así, tolerada y naturalizada por los involucrados y, por qué no decir, por la propia máquina estatal. Consciente de que el Estado-Nación, a través de sus diversos discursos y mecanismos, incluso jurídico-legales, reproduce la violencia vivida por la población no blanca y desprovista de recursos durante los tiempos remotos del colonialismo, y tomando en cuenta que dicha violencia fue más severa sobre los cuerpos de niñas y mujeres negras e indígenas, me sirvo de esta constatación transistórica para investigar los efectos de la colonialidad del ser sobre los cuerpos de discentes como expresión de la colonialidad del poder, que hasta hoy se hace sentir en la sociedad brasileña, guiándome principalmente en el diálogo entre las teorías de María Lugones (2008), Rita Segato (2021), Lélia Gonzalez (2020), Heleieth Saffioti (1995), Guacira Lopes Louro (2014; 2019), Susana de Castro (2018; 2020), Dora Barrancos (2022), Viviane Vergueiro Simakawa (2015), Letícia Nascimento (2021), Françoise Vergès (2021) y Judith Butler (2019). En suma, el abordaje de este tema es condición para la ampliación al ejercicio de la ciudadanía y de capacidad crítica por las personas que componen la comunidad académica, pues no se puede hablar de educación, y menos aún en emancipación de sujetos, cuando la relación institucional entre educadores y estudiantes es abusiva, sugiriendo, por consiguiente, que la propia relación entre el Estado y el usuario de la política pública educativa puede ser, en la misma medida, violenta.
The expansion of the federal education network, after the publication of Law nº 11.892, in 2008, made possible, the internalization of public policy, a change in the perspective of technical and technological education, with incentives for citizen formation, the inclusion of minorities, and the development of critical thinking critical thinking of students, contrary to the previous model based on what Paulo Freire (1987) called "banking (1987) called banking education. However, in disagreement with the spirit of the law law, there has been a significant increase in the number of reported cases, formally or informally, of gender informally, of gender violence in the institution, which motivated me to study the phenomenon. Using the decolonial methodology in conjunction with documental ethnography, I propose to write a travel diary of the writing a travel journal to the IFMA campuses, located in different regions of Maranhão Maranhão, seeking to understand the narratives arising from the implementation of the institution in in each place and how girls and women are socialized in the academic space. What motivates me to write this to write this journal is the perception, during the analysis of administrative processes in the Attorney General of the Institute, that the socialization of female students in IFMA involves, to a large of students in IFMA involves, to a large extent, affective-sexual approaches by servers, a situation that, by distorting the the institutional mister, is forbidden by law, but, even so, tolerated and naturalized by those involved and, why not say and, why not say, by the state machine itself. Aware that the Nation-State, through its various various discourses and mechanisms, including legal ones, reproduces the violence experienced by the non-white the non-white, resource-poor population during the distant times of colonialism, and taking into account that such violence was more taking into account that such violence was more severe on the bodies of black and indigenous girls and women and indigenous girls and women, I draw on this transhistorical observation to investigate the effects of the coloniality of being on the bodies of students as an expression of the coloniality of power, which to this day is felt in Brazilian society in Brazilian society, based primarily on the dialogue between the theories of María Lugones María Lugones (2008), Rita Segato (2021), Lélia Gonzalez (2020), Heleieth Saffioti (1995), Guacira Lopes Louro (2014; 2019), Susana de Castro (2018; 2020), Dora Barrancos (2022), Viviane Vergueiro Simakawa (2015), Letícia Nascimento (2021), Françoise Vergès (2021), and Judith Butler (2019). In short, addressing this issue is a condition for the expansion to the exercise of citizenship and critical capacity by the people who make up the academic community academic community, because one cannot speak of education, and even less in emancipation of subjects, when the institutional relationship between educators and students is abusive, suggesting, therefore, that the very the very relationship between the State and the user of public educational policy may be, to the same extent, violated. can be, to the same extent, violent.
Palavras-chave: Violência de gênero;
Instituto Federal do Maranhão;
Violência ética;
Feminismo Decolonial
Violencia de género;
Instituto Federal de Maranhão;
Violencia ética;
Feminismo Decolonial
Gender violence;
Federal Institute of Maranhão;
Ethical violence;
Decolonial Feminism
Área(s) do CNPq: Sociologia Urbana
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal do Maranhão
Sigla da instituição: UFMA
Departamento: COORDENAÇÃO DO CURSO DE LETRAS BACABAL/CAMPUS III
Programa: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CULTURA E SOCIEDADE/CCH
Citação: RÊGO , Angela Bárbara Lima Saldanha. “Mas, doutora, namorar aluna é assédio?”: Uma análise ética da violência de gênero no Instituto Federal do Maranhão. 2023. 296 f. Dissertação( Programa de Pós-graduação em Cultura e Sociedade/CCH) - Universidade Federal do Maranhão, São Luís, 2023.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/tede/4634
Data de defesa: 27-Jan-2023
Aparece nas coleções:DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CULTURA E SOCIEDADE (PGCULT) MESTRADO INTERDISCIPLINAR

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Angela Bárbara Lima Saldanha Rêgovec.pdfDissertação de Mestrado138,05 MBAdobe PDFBaixar/Abrir Pré-Visualizar


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.