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Tipo do documento: Dissertação
Título: ENXAGUANTES BUCAIS E CÂNCER ORAL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA E META-ANÁLISE
Título(s) alternativo(s): MOUTH RINSE AND ORAL CANCER: A SYSTEMATIC REVIEW AND META-ANALYSIS
Autor: ARAÚJO, Jennifer Sanzya Silva de 
Primeiro orientador: CRUZ, Maria Carmen Fontoura Nogueira da
Primeiro coorientador: THOMAZ, Erika Bárbara Abreu Fonseca
Primeiro membro da banca: CRUZ, Maria Carmen Fontoura Nogueira da
Segundo membro da banca: MAGALHÃES, Elma Izze da Silva
Terceiro membro da banca: CONCEIÇÃO, Thalita Santana
Resumo: O carcinoma espinocelular (CEC) representa mais de 90% de todas as malignidades orais e orofaríngeas. Implicados nesse processo, existem os fatores extrínsecos, como o consumo de tabaco fumado e mascado, o consumo de bebidas alcoólicas, infecção por papilomavírus humano e os estímulos químico-físicos; e existem os fatores intrínsecos, como as deficiências nutricionais e condições genéticas. Tendo em vista a relação do álcool ingerido como promotor da carcinogênese oral, o efeito do uso tópico a longo prazo de substâncias contendo álcool é debatido na literatura e a possível associação do uso dos enxaguantes bucais ao câncer oral é fundamentada no fato desses produtos serem de venda livre com algumas composições possuindo alto teor alcoólico. Entretanto, as meta-análises publicadas sobre esse assunto, na medida que se basearam apenas na plausibilidade biológica do efeito citotóxico do conteúdo alcoólico dos enxaguantes, não foram capazes de estimar uma medida ponderada estatisticamente significativa. Aliado a isto, até o momento, nenhum estudo parece ter examinado o efeito de enxaguatórios bucais não alcoólicos, o que sugere a possibilidade de que outros componentes das formulações também contribuam para o risco, alterando a diversidade de bactérias orais e causando danos celulares. Isto posto, este trabalho foi proposto com a finalidade de atualizar as meta-análises publicadas, estimando uma medida de efeito agrupada dos estudos observacionais que apresentam o desfecho de câncer oral. Esta revisão sistemática e meta-análise foi relatada de acordo com as recomendações PRISMA e teve seu protocolo registrado no site do PROSPERO com o número identificador CRD42020143307. A estratégia de busca utilizada foi com o acrônimo PECO. Na busca bibliográfica, foram identificados 5.696 registros em bases indexadas e literatura cinzenta, sem restrição de tempo e idioma. Após a exclusão das duplicatas, foram lidos 4.711 títulos e resumos. Destes, 22 estudos foram selecionados para leitura do texto na íntegra e 10 incluídos em nossa revisão juntamente com 01 artigo identificado na busca das listas de referência. A avaliação do risco de viés dos estudos incluídos na revisão foi feita de forma independente, por duas revisoras, pela escala Newcastle – Ottawa (NOS) para estudos tipo caso-controle e obteve-se 05 dos 11 estudos como de baixo risco de viés e 06 com moderado risco de viés. Para a meta-análise, foram selecionados 09 estudos casos-controles, que passaram pela avaliação da qualidade da evidência pela GRADEpro GDT Guideline Development Tool, constatando-se ser de muito baixa qualidade. Na análise agrupada, 10 medidas dos 09 estudos foram sumarizadas utilizando o modelo de efeitos randômicos, por meio do método DerSimonian-Laird. Como resultado, obtivemos uma associação entre o uso de enxaguantes bucais e o câncer oral (OR=1.46; IC95%: 1.12-1.91). Ao estratificar pela frequência de uso, a associação não se manteve entre os que usavam menos que uma vez ao dia (OR=0.91; IC95%: 0.61-1.36), mas permaneceu significante na categoria de uma ou mais vezes ao dia (OR=1.74; IC95%: 1.25-2.43), sugerindo uma possível dose-resposta. Não foi possível realizar uma análise de subgrupo de acordo com o conteúdo alcoólico dos enxaguatórios, a fim de que pudéssemos avaliar se as substâncias presentes em suas formulações são importantes para o câncer oral de forma independente ao álcool. A meta regressão foi realizada e a proporção de casos e controles contribuiu em 33% na explicação da heterogeneidade. O viés de publicação foi analisado pelo teste de regressão de Egger e mostrou se estatisticamente significativo (p = 0.081). A presente revisão sistemática e meta-análise demonstra que o uso frequente de enxaguantes bucais foi associado a uma chance 46% maior de câncer oral quando comparado ao não uso e sugerimos que essa relação poderia ser explicada não apenas pelo conteúdo alcoólico, mas também pela contribuição dos compostos antibacterianos, o que fortalece a necessidade de que novos estudos com esses dados possam esclarecer apropriadamente a associação entre essa exposição e esse desfecho.
Abstract: Squamous cell carcinoma (SCC) represents more than 90% of all oral and oropharyngeal malignancies. Involved in this process, there are extrinsic factors, such as the consumption of smoked and chewed tobacco, the consumption of alcoholic beverages, human papillomavirus infection and chemical-physical stimuli; and there are intrinsic factors, such as nutritional deficiencies and genetic conditions. In view of the relationship of alcohol ingested as a promoter of oral carcinogenesis, the effect of long-term topical use of substances containing alcohol is debated in the literature and the possible association of the use of mouthwashes with oral cancer is based on the fact that these products are of free sale with some compositions having high alcohol content. However, the published meta-analyzes on this subject, to the extent that they were based only on the biological plausibility of the cytotoxic effect of the alcohol content of the rinses, were unable to estimate a statistically significant weighted measure. Allied to this, until now, no study seems to have examined the effect of non-alcoholic mouthwashes, which suggests the possibility that other components of the formulations also contribute to the risk, altering the diversity of oral bacteria and causing cellular damage. That said, this work was proposed in order to update the published meta-analyzes, estimating a measure of the combined effect of the observational studies that present the outcome of oral cancer. This systematic review and meta-analysis was reported according to the recommendations of the PRISMA checklist and had its protocol registered on the PROSPERO website under the identifier number CRD42020143307. The search strategy used was with the acronym PECO. In the bibliographic search, 5.696 records were identified in indexed databases and gray literature, without restriction of time and language. After excluding duplicates, 4.711 titles and abstracts were read. Of these, 22 studies were selected to read the full text and 10 included in our review together with 01 article identified in the search for reference lists. The assessment of the risk of bias in the studies included in the review was carried out independently, by two reviewers, using the Newcastle - Ottawa scale (NOS) for case-control studies, and 05 out of 11 studies were found to have a low risk of bias and 06 with moderate risk of bias. For the meta-analysis, 09 case-control studies were selected, which went through the evaluation of the quality of the evidence by GRADEpro GDT Guideline Development Tool, proving to be of very low quality. In the grouped analysis, 10 measurements from the 09 studies were summarized using the random effects model, using the DerSimonian-Laird method. As a result, we obtained an association between the use of mouthwashes and oral cancer (OR = 1.46; 95% CI: 1.12-1.91). When stratifying by frequency of use, the association was not maintained among those who used it less than once a day (OR = 0.91; 95% CI: 0.61-1.36), but remained significant in the category of one or more times a day (OR = 1.74; 95% CI: 1.25-2.43), suggesting a possible dose-response. It was not possible to carry out a subgroup analysis according to the alcohol content of the mouthwashes, so that we could assess whether the substances present in their formulations are important for oral cancer independently of alcohol. Meta-regression was performed and the proportion of cases and controls contributed 33% to the explanation of heterogeneity. Publication bias was analyzed using the Egger regression test and was found to be statistically significant (p = 0.081). The present systematic review and meta-analysis demonstrates that the frequent use of mouthwashes was associated with a 46% higher chance of oral cancer when compared to non-use and we suggest that this relationship could be explained not only by the alcohol content, but also by the contribution antibacterial compounds, which reinforces the need for further studies with these data to properly clarify the association between this exposure and this outcome.
Palavras-chave: Neoplasias bucais;
Fatores de risco;
Meta-análise
Mouth neoplasms;
Risk factors;
Meta-analysis
Área(s) do CNPq: Clínica Odontológica
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal do Maranhão
Sigla da instituição: UFMA
Departamento: DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA II/CCBS
Programa: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA/CCBS
Citação: ARAÚJO, Jennifer Sanzya Silva de. Enxaguantes bucais e câncer oral: Uma revisão sistemática e meta-análise. 2020. 59 f. Dissertação( Programa de Pós-graduação em Odontologia/CCBS) - Universidade Federal do Maranhão, São Luís, 2020.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/tede/4333
Data de defesa: 9-Nov-2020
Aparece nas coleções:DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA

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