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Tipo do documento: Tese
Título: VIVÊNCIAS DE PAIS DE CRIANÇAS NASCIDAS COM MICROCEFALIA NO CONTEXTO DA EPIDEMIA DO VÍRUS ZIKA.
Título(s) alternativo(s): Experiences of parents of children born with microcephaly in the context of the Zika virus epidemic.
Autor: OLIVEIRA, Poliana Soares de 
Primeiro orientador: LAMY, Zeni Carvalho
Primeiro membro da banca: LAMY, Zeni Carvalho
Segundo membro da banca: LOYOLA, Cristina Maria Duarte
Terceiro membro da banca: SERRA, Jacira do Nascimento
Quarto membro da banca: ALVES, Maria Teresa Seabra Soares de Britto e
Quinto membro da banca: CARVALHO, Ruth Helena de Souza Britto Ferreira de
Resumo: INTRODUÇÃO: No Brasil, em 2015, ocorreu uma epidemia de microcefalia que foi associada a infecção materna pelo vírus Zika, durante a gestação. As notícias acerca destes casos de microcefalia angustiaram e modificaram o imaginário de pais e mães com relação as expectativas para a chegada do filho. Portanto, o objetivo desta pesquisa foi analisar as vivências de pais de crianças nascidas com microcefalia no contexto da epidemia do vírus Zika. MÉTODO: Trata-se de um estudo qualitativo, realizado no Centro de Referência Estadual em Neurodesenvolvimento, Assistência e Reabilitação de Crianças (NINAR), em São Luís, no período de abril/2017 a fevereiro/2018. Participaram do estudo os responsáveis de crianças com microcefalia. As técnicas de coleta de dados foram entrevistas estruturadas e semi-estruturadas realizadas com 3 casais, 16 mães e uma bisavó, totalizando 20 entrevistas. A amostra foi definida em campo pelo critério de saturação e realizada análise de conteúdo na modalidade temática. RESULTADOS: Para 18 entrevistados, a forma da comunicação foi considerada inadequada e traumática, algumas vezes, atrelada ao sentido de “fim da vida” e dissociada de orientações sobre as formas de enfrentar a situação e cuidar do filho. O diagnóstico de microcefalia foi dado por médicos em 15 dos 20 casos e em três casos: por enfermeira, pela sogra (que soube pelo médico) e por uma funcionária da secretaria de saúde. Os dois outros não receberam diagnóstico: um casal soube da microcefalia pela declaração de nascido vivo (DNV) e outro associou as características do filho com as informações veiculadas na mídia. As principais situações encontradas foram de omissão do diagnóstico, comunicação inadequada do diagnóstico e antecipação de prognóstico. Várias foram as formas com que as mães sentiram e reagiram a notícia de ter um filho com microcefalia: choque, surpresa, desespero, tristeza, medo, ansiedade, revolta, decepção, busca por mais informações, explicações religiosas, culpabilização, aceitação e negação. As expectativas envolveram preocupações principalmente ao medo da morte, ao desenvolvimento motor da criança e sua dependência de cuidados, relacionadas com as vivências iniciais. Com relação a busca por cuidados nos setores de saúde, os resultados demostraram desorientação e incertezas. O setor mais procurado foi o profissional, seguido pelo informal e popular. As informações veiculadas na mídia e redes sociais, que fazem parte do setor informal, contribuíram para esclarecer o significado da doença e auxiliar na busca por tratamento. CONSIDERAÇÕES FINAIS: As formas de comunicação do diagnóstico da microcefalia aos familiares influenciaram nos modos de aceitação e enfrentamento da situação. As reações e sentimentos evidenciaram a elaboração de um processo de luto, diante do nascimento de uma criança diferente daquilo que esperavam e planejavam. O cuidado na rede de atenção à saúde foi marcado pela peregrinação, sobretudo para acessar o sistema. Diante de uma situação nova e emergencial, o caminho percorrido, entre o diagnóstico e o tratamento, foi árduo.
Abstract: INTRODUCTION: In Brazil, in 2015, there was a microcephaly epidemic that was associated with maternal Zika virus infection during pregnancy. The news about these cases of microcephaly distressed and changed the imagination of fathers and mothers regarding the expectations for the arrival of the child. Therefore, the objective of this research was to analyze the experiences of parents of children born with microcephaly in the context of the Zika virus epidemic. METHOD: This is a qualitative study conducted at the State Reference Center on Neurodevelopment, Care and Rehabilitation of Children (NINAR), in São Luís, from April / 2017 to February / 2018. The parents of children with microcephaly participated in the study. Data collection techniques were structured and semi-structured interviews conducted with 3 couples, 16 mothers and one great-grandmother, totaling 20 interviews. The sample was defined in the field by the saturation criterion and thematic content analysis was performed. RESULTS: For 18 respondents, the form of communication was considered inappropriate and traumatic, sometimes linked to the meaning of “end of life” and dissociated from guidance on ways to cope with the situation and take care of the child. The diagnosis of microcephaly was given by doctors in 15 of the 20 cases and in three cases: by a nurse, by the mother-in-law (who knew by the doctor) and by an official of the health department. The other two were not diagnosed: one couple learned of microcephaly from the live birth statement (DNV) and another associated the characteristics of their child with information in the media. The main situations found were omission of diagnosis, inadequate communication of diagnosis and anticipation of prognosis. There were several ways in which mothers felt and responded to the news of having a child with microcephaly: shock, surprise, despair, sadness, fear, anxiety, anger, disappointment, seeking for more information, religious explanations, blaming, acceptance and denial. Expectations involved concerns mainly about the fear of death, the motor development of the child and their dependence on care related to early experiences. Regarding the search for care in the health sectors, the results showed disorientation and uncertainties. The most sought after sector was the professional, followed by the informal and popular. The information conveyed in the media and social networks, which are part of the informal sector, contributed to clarify the meaning of the disease and assist in the search for treatment. FINAL CONSIDERATIONS: The ways of communicating the diagnosis of microcephaly to the family members influenced the ways of acceptance and coping with the situation. The reactions and feelings evidenced the elaboration of a grieving process, facing the birth of a child different from what they expected and planned. Care in the health care network was marked by pilgrimage, especially to access the system. Faced with a new and emergency situation, the path taken between diagnosis and treatment was arduous.
Palavras-chave: Vírus Zika;
Microcefalia;
Experiências;
Pais;
Família
Zika virus;
Microcephaly;
Experiences;
Parents;
Family
Área(s) do CNPq: Saúde Publica
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal do Maranhão
Sigla da instituição: UFMA
Departamento: DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA/CCBS
Programa: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA/CCBS
Citação: OLIVEIRA, Poliana Soares de. Vivências de pais de crianças nascidas com microcefalia no contexto da epidemia do vírus zika.. 2019. 128 f. Tese( Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva/CCBS) - Universidade Federal do Maranhão, São Luís, 2019.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/tede/2968
Data de defesa: 30-Out-2019
Aparece nas coleções:TESE DE DOUTORADO - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

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